Opinião

Os avanços nas tecnologias Homem-Máquina: Um futuro interligado

"... podemos afirmar que a relação homem-máquina sempre existiu e, possivelmente, sempre existirá em nossas vidas, de uma forma ou de outra"
Da Redação
27/10/2024 às 09h37

Por Cássio Betine

 

A tecnologia homem-máquina não é coisa nova. Há tempos a humanidade procura por soluções para seus problemas físicos, sensoriais e cerebrais. Não apenas para suprir uma necessidade ou deficiência, mas também para potencializar suas capacidades. Neste sentido, podemos afirmar que a relação homem-máquina sempre existiu e, possivelmente, sempre existirá em nossas vidas, de uma forma ou de outra. Seja para o uso de ferramentas externas ou da adaptação de dispositivos em nossos corpos (como próteses, por exemplo). A questão é que estamos vivenciando um momento bem interessante, de um tipo de integração, digamos, mais íntima dessas máquinas com nosso corpo.

 

Um dos maiores desafios para os cientistas e pesquisadores sempre foi sobre a “comunicação” desses equipamentos artificiais com o organismo orgânico. E talvez seja por isso que tantas empresas e universidades trabalham intensamente em projetos neurológicos, que é justamente a área responsável por regular as funções corporais e controlar os órgãos, músculos, sensações etc. E isso vem evoluindo de forma rápida e, de certa forma, assustadora.

 

Um grande exemplo disso são os chips cerebrais, que já foram implantados em pacientes paraplégicos e estão em constante estudo e ganhando novos horizontes. Recentemente a Neuralink - que foi responsável pelo primeiro implante de um chip cerebral, recebeu autorização governamental para iniciar testes de um novo tipo de chip que pode dar visão a quem tem cegueira total.

 

E é aí que cabe uma atenção especial. Não se trata da cura da visão, e sim de proporcionar um novo tipo de visão para quem não enxerga. A tecnologia usa um dispositivo óptico que transmite os sinais para um chip neural instalado no cérebro. Este chip tem a função de transformar a imagem em códigos que permitam ao cérebro “entender” os objetos exteriores. A imagem gerada na área do cérebro que recebe os sinais seriam semelhantes àquelas dos jogos do videogame antigo da Atari - imagens pixeladas com baixa resolução gráfica, não tão nítidas e de poucas cores. Bom, isso já é alguma coisa! Mas, os cientistas acreditam que, uma vez assegurado seu funcionamento, é uma questão de tempo para que as imagens fiquem não apenas em alta resolução, mas muito melhores e mais nítidas, com zoom para longas distâncias e macros para perto, etc, etc. Ou seja, seria uma super visão.

 

Outros dispositivos já estão em uso atualmente, como próteses controladas pelo pensamento onde as pessoas com membros amputados já podem controlar seus movimentos; a realidade virtual e aumentada, que criam experiências imersivas, permitindo que os usuários interajam com ambientes virtuais de forma mais natural e intuitiva; jogos que permitem controlar personagens ou dispositivos com a mente, oferecendo uma experiência mais realista; na medicina, permitindo o tratamento de doenças neurológicas, reabilitação de pacientes com lesões cerebrais e a criação de interfaces mais intuitivas para equipamentos médicos e por aí a fora. Até pílulas de transistores comestíveis estarão em breve no mercado e poderão realizar diagnósticos de dentro do organismo.

 

Você deve estar pensando que esse tipo de tecnologia jamais chegaria para todos e só uma minoria privilegiada teria acesso. Mas, não é bem assim. Todo tipo de produto inovador em sua fase inicial tem alto custo. Isso é normal. Depois, o processo de produção em escala resolve esse problema. É uma questão de tempo. Celulares já foram objetos para poucos, lembra?

 

*Cássio Betine é head do ecossistema regional de startups, coordenador de meetups tecnológicos regionais, coordenador e mentor de Startup Weekend e pilot do Walking Together. Cássio é autor do podcast Drops Tecnológicos

 

**Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação.

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