Opinião

O teatro do poder: entre a ambição e a consciência

"De certa forma, o dominado consciente incorpora uma cegueira temporal que, por consequência, deixa escapar a oportunidade de estabelecer benévolas ao coletivo, no médio e longo prazo"
Da Redação
22/04/2025 às 14h56
Foto: Divulgação Foto: Divulgação

Por Fil Bosco

 

Em nossa minúscula existência como cidadão, podemos nos considerar apenas um número inexpressivo quando da definição dos nossos representantes para os dois Poderes, seja ao Executivo ou Legislativo. Nesse campo, existem quatro figuras interessantes e determinantes, o ativo e o passivo, com bons princípios éticos; o dominador predatório, com ambição não ortodoxa; e o dominado consciente, pela influência negativa alheia.

 

O dominador predatório, deseja o poder a qualquer custo e, para isso, utiliza das mais variadas artimanhas para concluir o seu propósito. Esse anseio pode ser pautado pelo capricho individualista, com a finalidade de perpetuar no poder, pelo simples status, estar no centro das atenções ou criar um certo brilho oportuno, porém não nato.

 

Quem utiliza desses propósitos não tem conexão com os princípios éticos e morais. Essas questões estabelecem um certo “cerceamento” à liberdade de expressão, que favorece os mandatários da política velha, os autoritários e ainda mais os totalitários. Esses, por sua vez, são avessos ao reconhecimento da necessidade de uma maior amplitude democrática no mundo contemporânea.

 

É possível dizer também que isso vem ocorrendo há séculos pelo mundo. Enquanto que, o dominado consciente se deixa hipnotizar por forças estabelecidas pelo dominador predatório, seja por uma retórica persuasiva, promessa infundada, vantagem aparentemente saudável, necessidade imediatista ou carência de opção.

 

De certa forma, o dominado consciente incorpora uma cegueira temporal que, por consequência, deixa escapar a oportunidade de estabelecer benévolas ao coletivo, no médio e longo prazo. Esse acredita que será o único a usufruir de promessas esdruxulas.

 

Nessa forma de posicionamento, tanto o dominante predador, quanto o dominado consciente, não apresenta qualquer sensibilidade ao bem-estar social, pois ignoram os anseios da maioria, em desprezo a uma possível projeção justa a coletividade e sustentável às futuras gerações.

 

Diante desse contexto, ambos são individualistas, interesseiros e egocêntricos, chegando ao ponto de serem cruéis sobre àqueles que não fazem parte desse “acordo”. Apesar de tudo isso, existem os indivíduos de bons senso, que apresentam atitudes honrosas, com ética e moral, pensando no bem-estar da coletividade.

 

Têm em seus raciocínios a lógica e o reconhecimento da pluralidade e das diferenças culturais, independentemente das classes sociais, das condições financeiras ou intelectuais. Esses honorários interlocutores buscam sempre o melhor direcionador para o desenvolvimento igualitário, que deveria ser a essência de uma sociedade justa.

 

A ideia de coletividade deve estar intrínseca à lisura de todos nós. Os coletivistas são altruístas e filantropos. Concluo dizendo que, para acendermos a luz da coerência, devemos exercer com astúcia a capacidade de julgar e agir de maneira equilibrada, ponderada e racional e, principalmente, de nos livrarmos da inconsequente cobiça reivindicatória.

 

Então, podemos mencionar que, seremos os mesmos de ontem, de hoje e do amanhã, se não houver um reposicionamento introspectivo, incorporando os valores éticos e morais em nossas decisões. Esses argumentos objetivam provocar uma reflexão em relação ao nosso modo de agir, em momentos relevantes de nossas vidas. Acrescento a existência de três verdades, a minha, a sua e a incondicional.


Fil Bosco

Contador,  pós-graduação e MBA em gestão empresarial.  Cursando pós-graduação em gestão pública. Bancário por 39 anos, sendo 30 em auditoria. Agropecuarista. Concorreu ao pleito na última eleição para prefeito por  Braúna-SP.

 

**Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação.

Entre no grupo do Whatsapp
Logo Trio Copyright © 2025 Trio Agência de Notícias. Todos os direitos reservados.