Opinião

Invasão de 100 mil robôs humanoides

"produção em larga escala tem como objetivo principal aprimorar a eficiência em diversos setores, facilitando tarefas repetitivas, perigosas ou que demandam alta precisão"
Da Redação
16/02/2025 às 10h31
Imagem gerada por Meta AI, com prompt do autor Imagem gerada por Meta AI, com prompt do autor

Por Cassio Betine

 

A empresa americana Figure AI, especializada na produção de robôs humanoides (esses que têm cabeça, tronco, braços e pernas) anunciou que irá fabricar 100 mil deles ao longo dos próximos cinco anos, o que  representa um marco significativo na evolução da tecnologia e da automação.

 

Esta produção em larga escala tem como objetivo principal aprimorar a eficiência em diversos setores, facilitando tarefas repetitivas, perigosas ou que demandam alta precisão. Além disso, visa impulsionar a inovação tecnológica, fomentando um novo patamar de interação entre humanos e máquinas.

 

De acordo com uma publicação feita no ‘Interesting Engineering’, os clientes permanecem um mistério, embora o CEO da empresa tenha afirmado tratar-se de “uma das maiores empresas dos EUA”, mas especula-se que um deles seja a fabricante de veículos BMW.

 

O principal objetivo dessa produção massiva é integrar os robôs humanoides em diversos ambientes, como fábricas, hospitais, lares e serviços públicos. Nas fábricas, esses robôs podem assumir tarefas que podem melhorar a produtividade e reduzir o risco de acidentes de trabalho.

 

No setor de saúde, os robôs humanoides podem auxiliar em cirurgias delicadas, oferecer suporte a pacientes e realizar tarefas administrativas, liberando os profissionais de saúde para atividades mais críticas.

 

Até mesmo dentro das casas essas máquinas poderão facilitar as tarefas domésticas, como limpeza, cozimento e assistência a idosos ou pessoas com necessidades especiais. Em serviços públicos, eles podem ser utilizados para atendimento ao cliente, manutenção de infraestruturas e segurança. 

 

A ideia é que, ao assumir essas tarefas, os robôs permitam que os humanos se concentrem em atividades que exijam criatividade, tomada de decisão e empatia. Porém, é inevitável que serviços mecânicos e repetitivos sejam facilmente substituídos, pois essas máquinas inteligentes podem trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana e produzir bem mais em 1 hora do que os humanos.

 

Neste contexto, a introdução de 100 mil robôs humanoides no mercado terá sim, um impacto profundo no mundo do trabalho. De um lado, essa preocupação sobre a substituição de empregos humanos, de outro, a automação também cria novas oportunidades, muitas vezes em áreas que exijam novas habilidades e qualificações. É aí que está o x da questão.

 

Profissões relacionadas à programação, manutenção e supervisão de robôs humanoides estarão em alta demanda. A educação e a formação profissional precisarão ser ágeis para se adaptar às novas exigências.

 

Além disso, áreas como inteligência artificial, desenvolvimento de software e cibersegurança serão ainda mais valorizadas à medida em que a complexidade e a integração dos robôs aumentam (hoje já há grande oferta de trabalho nessas áreas).

 

É claro que esse tipo de assunto sempre levanta questões éticas e sociais, principalmente sobre questões de privacidade, segurança e responsabilidade em casos de mau funcionamento ou decisões automatizadas equivocadas dessas máquinas cada vez mais autônomas.

 

De qualquer forma, a encomenda desse exército de robôs humanoides mostra que isso já é realidade e não apenas a Figure AI está nessa corrida, como há tantas outras no mesmo caminho, como Tesla, Boston Dynamics, Unitree Robotics, Meta AI, entre outras de menor expressão. Parece que é um caminho sem volta.

 

Muitos torcem contra essa “maquinização”, outros a favor. Mas este é o mundo que vivemos. Então, é possível toparmos daqui alguns anos com alguns desses humanoides em algum lugar por aí. Bom estar preparado para isso!


*Cassio Betine é pós-graduado em Tecnologias na Aprendizagem, bacharel em Artes Visuais e Desenho Industrial. É coordenador e mentor de negócios e eventos; autor de livros, artigos e produtor de podcasts periódicos sobre Tecnologia e Inovação para mais de 70 rádios do Brasil. É fundador e coordenador de projetos da f7digitall Comunicação e empreendedor em outros negócios.

 

** Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação.

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