Por Cassio Betine
A impressão 3D, que com certeza você já ouviu falar, também é conhecida como manufatura aditiva, e tem transformado diversos setores ao permitir a criação de objetos tridimensionais a partir de modelos digitais. Inicialmente ela foi utilizada para prototipagem, mas essa tecnologia evoluiu e hoje desempenha um papel fundamental na indústria, na medicina, na arquitetura etc.
Ela já faz parte do nosso cotidiano, está presente em diversas áreas, e vem proporcionando inovação e eficiência na produção de muitos produtos e impactando no plano de produção das empresas . No setor automotivo, por exemplo, empresas utilizam essa tecnologia para fabricar peças sob demanda e testar novos designs com rapidez.
Para ter ideia, a Philips já está disponibilizando arquivos digitalmente de alguns produtos de reposição, como caixa de controle remoto, peças de aparelhos de barbear, botões de joystick entre outros para que o próprio cliente leve para impressão em algum local próximo onde mora. Isso resulta em uma grande economia para a indústria, economia para o cliente - pois aumenta o tempo de vida de seu produto e, de quebra, contribui para reduzir o lixo eletrônico nos aterros.
Na área da saúde sua importância é ainda maior. Modelos médicos impressos estão ajudando cirurgiões a planejar procedimentos complexos, e próteses personalizadas são desenvolvidas com precisão para atender às necessidades individuais dos pacientes. Um dos avanços mais impressionantes é a bioimpressão, que permite a criação de tecidos humanos e até órgãos artificiais para transplantes futuros. Sim, utilizando células vivas.
Até a indústria da moda tem explorado a impressão 3D para criar acessórios e roupas inovadoras, enquanto o setor aeroespacial utiliza essa tecnologia para fabricar componentes leves e resistentes, reduzindo custos e melhorando a eficiência dos equipamentos. Ou seja, nenhum setor está deixando de usar essa tecnologia. Já utilizaram até para imprimir carne vegetal!
Apesar de não nos darmos conta, a impressão 3D continua evoluindo rapidamente, trazendo inovações surpreendentes. Um dos avanços mais recentes é a impressão 3D com ultrassom, que permite criar objetos dentro de seres vivos, abrindo possibilidades para dispositivos médicos implantáveis e tratamentos personalizados. Parece coisa de maluco, mas não é não. É realidade mesmo.
Outra novidade é a integração de braços robóticos ao processo de impressão 3D, permitindo a fabricação de peças complexas com alta precisão e acabamento refinado. Essa tecnologia é desenvolvida pela Syncraft e ABB Robótica, e representa um grande avanço para a manufatura industrial. Além disso, novas impressoras 3D estão sendo lançadas com capacidades aprimoradas, como impressão multicolorida e maior resolução, permitindo a criação de objetos ainda mais detalhados e personalizados.
Se você der um google, vai achar centenas de empresas que oferecem impressoras 3D para as mais diversas necessidades.
E qual seria o futuro dessa tecnologia? Bom, talvez essa tecnologia se torne cada vez mais integrada à produção industrial, permitindo a fabricação de peças complexas com menos desperdício e maior sustentabilidade - como o caso da Philips, por exemplo.
Na bioimpressão há grande possibilidade da criação de órgãos funcionais para transplantes, reduzindo a dependência de doadores e salvando vidas. Imagine só você comprando um arquivo de olho ou um dedo para imprimir em 3D? Além disso, ela também poderia ser utilizada com mais recorrência na construção civil, onde já está produzindo casas de forma rápida e acessível, contribuindo para soluções habitacionais inovadoras.
Ainda, com a evolução dos materiais e técnicas de impressão, a manufatura aditiva com certeza se tornará ainda mais eficiente, permitindo a produção personalizada em larga escala e impulsionando a inovação em diversos setores.
A impressão 3D já é uma realidade, silenciosa, mas presente. Não se surpreenda se seu vizinho tiver uma impressora dessas e fabricar produtos por encomenda. É aquele negócio, à medida que novas tecnologias surgem, as possibilidades se expandem, tornando essa inovação uma das mais promissoras da atualidade. E parece que ela veio pra ficar!
*Cassio Betine é head do ecossistema regional de startups, coordenador de meetups tecnológicos regionais, coordenador e mentor de Startup Weekend e pilot do Walking Together. Cássio é autor do podcast Drops Tecnológicos
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