Por Cassio Betine
Imagine uma máquina que possa aprender, raciocinar e aplicar conhecimentos em qualquer área, como um ser humano, mas bem mais inteligente. Isso já está acontecendo! A IA Geral é o próximo passo na evolução da inteligência artificial e, empresas como Google, Microsoft e DeepMind, estão trabalhando arduamente nisso.
Só para lembrar, existem dois tipos de IA: a Estreita (ANI), que é especializada em tarefas específicas e segue regras predefinidas, e a Geral (AGI), que tem capacidade de aprender, se adaptar e tomar decisões independentes. Com a IA geral, podemos esperar uma automatização de tarefas complexas, melhoria da tomada de decisões e avanços em praticamente todas as áreas, inclusive na medicina.
Por exemplo, imagine um sistema de IA que possa analisar dados de pacientes e desenvolver planos de tratamento personalizados para cada um deles. Ou, na área de comunicação, um sistema que possa automatizar a criação de conteúdo de marketing, liberando tempo para os profissionais se concentrarem em estratégias mais criativas.
Um exemplo prático desse negócio é o MANUS, um GPT de IA desenvolvido na China que atualmente está em teste, e em breve estará disponível para todos. É o MANUS, que além de realizar as tarefas de uma IA comum, também poderá navegar no computador do usuário, observar suas as características, hábitos, costumes, etc, entender suas necessidades, conhecer seu estilo e comportamento, para então realizar tarefas sem que você precise pedir ou programar.
É realmente assustador. Imagine só você olhar para seu computadorbe vê-lo trabalhar sozinho, o cursor navegando pelas telas, aplicativos abrindo fechando, textos sendo escritos, etc etc, sem que você sequer mexa no mouse? Pois é isso que esse negócio promete fazer - entre tantas outras coisas, é claro, como por exemplo, saber o horário de aquecer comida, acionar o robô aspirador, acender ou apagar as luzes no horário certo… Tudo isso sem você precisar pedir, nem precisar programar.
Agora, imagine essa tecnologia sendo usada nas empresas. Poderiam fazer a leitura geral do negócio, analisar dados com mais eficiência, achar e resolver erros e tomar as melhores decisões possíveis. Ou seja, essa tecnologia trabalharia praticamente sozinha.
É claro que isso abre ainda mais a margem para perda de empregos e a necessidade de se redefinir o papel do trabalho humano. Mas, como diz Patricia Florissi, diretora técnica do Google Cloud: “Você não vai perder o seu emprego para a inteligência artificial. Vai perder para quem souber usá-la melhor” .
De qualquer forma, à medida que essa tecnologia avança, é importante que as empresas e os governos trabalhem juntos para garantir que seus benefícios sejam compartilhados por todos. Isso inclui investir em educação e treinamento para que as pessoas possam trabalhar ao lado da IA e aproveitar seus benefícios. Muitas empresas oferecem até cursos completamente gratuitos para quem quiser. Basta dar um Google aí em cursos gratuitos de IAz que vai achar centenas.
Na verdade, o futuro com essa IA Geral pode ser bem emocionante e cheio de possibilidades. Com a capacidade de aprender, raciocinar e aplicar conhecimentos em qualquer área, o negócio tem potencial de revolucionar a forma como vivemos e trabalhamos. Dá até ansiedade para ver como essa tecnologia irá se desenvolver num futuro mais remoto e, principalmente, como a humanidade vai lidar com isso.
*Cassio Betine é head do ecossistema regional de startups, coordenador de meetups tecnológicos regionais, coordenador e mentor de Startup Weekend e pilot do Walking Together. Cássio é autor do podcast Drops Tecnológicos
**Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação