Opinião

Fraudes no INSS: quando a reparação exige mais que indignação - exige advocacia

"Estamos falando de um golpe que, além de ferir o bolso, humilha quem trabalhou a vida inteira por seus direitos"
Da Redação
17/05/2025 às 17h27
Foto: Divulgação Foto: Divulgação

Por Alfredo Scaff

 

Nos últimos meses, milhares de brasileiros foram surpreendidos ao descobrir que seus benefícios do INSS haviam sido usados em fraudes - sem aviso, sem consentimento, sem sequer desconfiarem. Aposentados com empréstimos consignados que nunca pediram, pensionistas com dados violados, segurados com descontos indevidos e um sentimento comum a todos: a indignação. Mas a indignação, por si só, não resolve. O que resolve é ação. E é aí que nós, advogados, entramos.

 

É curioso como, em momentos como esse, muitos ainda acreditam que "esperar pelo INSS" resolverá o problema. Não resolverá. Ou, pelo menos, não com a urgência e a reparação que o caso exige. Estamos falando de um golpe que, além de ferir o bolso, humilha quem trabalhou a vida inteira por seus direitos. E quando o Estado falha - seja por omissão, descaso ou lentidão - a Justiça precisa ser acionada.

 

O papel do advogado é técnico, mas também é humano

 

Sim, somos especialistas em leis, prazos e provas. Mas somos, antes de tudo, ponte entre o cidadão comum e um sistema que muitas vezes o engole. Quando alguém chega ao nosso escritório com um extrato na mão e os olhos cheios de dúvidas, não estamos apenas elaborando uma petição. Estamos restaurando confiança, reconstruindo direitos, dando voz a quem foi lesado e, muitas vezes, silenciado.

 

Essa fraude do INSS expõe mais do que brechas em sistemas digitais ou falhas administrativas. Ela escancara o quão essencial é a advocacia no dia a dia das pessoas. Não apenas para grandes causas, mas para as causas justas - ainda que pequenas aos olhos do Estado, mas imensas na vida de quem as vive.

 

O tempo da omissão acabou

 

Este é um chamado à advocacia independente, à advocacia combativa e comprometida com a dignidade. É hora de sair da zona de conforto, de ir além da teoria e atuar na linha de frente dessa reparação coletiva. E para quem ainda pensa que o papel do advogado é apenas "entrar com processo", aqui vai um lembrete: somos nós quem transformamos queixas em direitos reconhecidos, lesões em indenizações, injustiças em jurisprudência.

 

A advocacia não pode ser coadjuvante quando o povo é vítima. E, diante de um escândalo como este, não há espaço para hesitação. Há espaço para atuação - técnica, ética, firme e solidária.

 

Que cada caso fraudado se transforme em uma causa justa. E que cada causa justa encontre um advogado à altura.

 

Alfredo Scaff, advogado e membro do MAI

Graduado em Direito pela PUCCAMP, é especialista em Negociação Internacional de Negócios, Liderança em Harvard e Inglês na NESE (MA, EUA) e em Arbitragem pela PUCSP. Possui experiência e atuação profissional em diversos órgãos brasileiros, como OAB, CETESB, DECAP, Casa Civil, entre outros. Como professor, ministrou aulas na UNIP, OAB/SP e na FAAP. Atualmente é presidente da Scaff Consulting, empresa de consultoria empresarial e jurídica. Foi presidente do BAC, Brazil America Council, na Flórida, conselho que promove o intercâmbio entre empresários e líderes políticos nos EUA e no Brasil. Participa frequentemente como comentarista político de importantes programas em canais de streaming de expressão nacional e internacional.

 

**Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação

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