Opinião

Construção civil do futuro: materiais inteligentes e edifícios autossuficientes

"Esses avanços ajudam a criar edifícios que não apenas abrigam pessoas, mas também interagem com o ambiente, otimizando recursos e minimizando desperdícios"
Da Redação
15/06/2025 às 07h52
Imagem gerada por MetaAI, com prompt de f7digitall Imagem gerada por MetaAI, com prompt de f7digitall

Por Cassio Betine

 

A construção civil está em plena revolução, impulsionada por descobertas que desafiam tudo o que sabemos sobre estruturas, eficiência e sustentabilidade. De prédios que armazenam energia a materiais que se regeneram sozinhos, o setor está se transformando para atender às demandas de um mundo que busca soluções inovadoras e sustentáveis.

 

Imagine um edifício que não apenas abriga pessoas, mas também gera e armazena energia, funcionando como uma bateria gigante. Essa possibilidade está se tornando realidade graças ao desenvolvimento de concretos inteligentes. O MIT (Massachusetts Institute of Technology), por exemplo, trabalha na incorporação de carbono preto ao concreto, tornando-o capaz de conduzir eletricidade e armazenar energia. Pesquisadores na França e na Espanha exploram materiais como geopolímeros, que oferecem superfícies capazes de captar e reter eletricidade, criando oportunidades para uma construção mais autônoma e eficiente.

 

Outro avanço promissor é o concreto piezoelétrico, que gera eletricidade com a pressão exercida sobre ele. Imagine calçadas que alimentam postes de iluminação ou ruas que carregam veículos elétricos enquanto eles trafegam — a tecnologia está em estágio de testes e pode revolucionar a infraestrutura urbana. Isso até me faz lembrar do saudoso radialista Barca, de Birigui, que me contou certa vez sobre sua ideia de instalar nas vias públicas lombadas que funcionariam como um dínamo para gerar eletricidade. Imagine só ele vendo essas tecnologias atuais?

 

Além dos avanços no concreto, novas opções de materiais estão transformando a construção civil. O concreto autorregenerativo, desenvolvido pela Universidade de Delft, usa bactérias para reparar fissuras automaticamente, prolongando a vida útil das estruturas e reduzindo custos de manutenção. Empresas como Versarien estão explorando o uso de grafeno para reforçar concretos e criar tintas condutoras, otimizando a eficiência energética dos edifícios. A Universidade de Maryland desenvolveu um processo para tornar a madeira transparente, criando um material sustentável e altamente resistente que pode substituir o vidro. Startups como ByFusion estão reaproveitando plástico reciclado para produzir tijolos leves e duráveis, contribuindo para a redução do impacto ambiental.

 

A construção civil também está se tornando cada vez mais inteligente. Empresas como Siemens e Schneider Electric investem em sensores que monitoram temperatura, iluminação e consumo energético em tempo real, permitindo ajustes automáticos para maior eficiência e conforto. Esses avanços ajudam a criar edifícios que não apenas abrigam pessoas, mas também interagem com o ambiente, otimizando recursos e minimizando desperdícios.

 

Estamos diante de uma revolução na engenharia civil, em que materiais inovadores e tecnologias inteligentes moldam uma nova geração de cidades. Os edifícios do futuro não serão apenas mais resistentes e eficientes, mas também sustentáveis e autossuficientes. O que parecia um conceito distante agora está se tornando realidade, redefinindo a forma como construímos e vivemos.

 

*Cassio Betine é head do ecossistema regional de startups, coordenador de meetups tecnológicos regionais, coordenador e mentor de Startup Weekend e pilot do Walking Together. Cássio é autor do podcast Drops Tecnológicos

 

**Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação

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