Opinião

Como a tecnologia moldará a próxima geração

"Será que em breve os chips cerebrais serão populares a ponto de serem plug and play? Se isso acontecer, bau-bau celular. Tudo será feito através de comandos neurais"
Da Redação
02/03/2025 às 12h27
Imagem gerada por Meta IA orientada pelo autor Imagem gerada por Meta IA orientada pelo autor

Por Cassio Betine

 

Com certeza, a geração Beta - o pessoal que começou nascer agora em 2025, crescerá em um mundo bem diferente do que esse que conhecemos e vivemos hoje. As tecnologias estarão muito, mas muito mais avançadas, e isso terá um impacto transformador no comportamento, hábito e cultura dessa geração.

 

Uma das mudanças que podemos prever será, com certeza, na forma de como essa nova geração se comunicará. Lembram quando o advento do whatsapp revolucionou nosso dia a dia, lá por volta de 2010? Foi uma novidade que chegou e ficou, desbancou o telefone e reduziu drasticamente a quantidade de chamadas de voz.

 

Além disso, imagens, documentos, vídeos e áudios podiam ser compartilhados instantaneamente. Isso mudou tudo e praticamente todos se renderam aos encantos dessa novidade. Pessoas distantes se aproximaram, fazer negócios ficou mais ágil e registros de interlocução se tornaram importantes em relacionamentos pessoais e corporativos.

 

Imagina daqui 15, 20 anos como isso não estará? É bem possível que os jovens estarão ainda mais conectados a internet e as mídias sociais farão parte ainda mais de suas vidas. Também serão mais propensos a usar tecnologias como a realidade virtual e a realidade aumentada (que ainda está engatinhando), o que lhes dará novas maneiras de se conectar com os outros e aprender sobre o mundo. Será que em breve os chips cerebrais serão populares a ponto de serem plug and play? Se isso acontecer, bau-bau celular. Tudo será feito através de comandos neurais.

 

Outra mudança importante poderá acontecer na forma de como vai ser o trabalho dessa nova geração. Bem provável que irão trabalhar em empregos que não existem hoje, e muitos deles talvez trabalharão apenas virtualmente. Apesar de existirem grupos que defendem o contrário, que o trabalho presencial é mais eficiente etc, penso que será inevitável utilizar novas opções de produção e entrega de trabalho.

 

Ainda, sempre que a humanidade descobre novas formas de melhorar seu desempenho (em várias áreas), é muito difícil retornar ao modelo anterior. Eles talvez também serão mais propensos a serem empreendedores, tipo trabalhar por conta, fazer sua própria receita de acordo com o que necessitam, e claro, as tecnologias estarão disponíveis para ajudá-los a fazer isso.

 

Também o próprio comportamento deles vai mudando, vai se atualizando de acordo com o cenário atual. Quem me acompanha aqui, viu (leu) pesquisas sobre o comportamento da geração anterior a Beta em relação ao trabalho (tá aqui, caso não tenha lido).

 

As pesquisas também dizem que eles serão mais conscientes sobre os cuidados com o meio ambiente e as mudanças climáticas. Quanto a isso, francamente não sei, pois lembram daquela máxima de uma mãe sobre o filho ativista “você defende tanto o aquecimento global, mas não cuida sequer de uma planta em sua casa”.

 

Então talvez isso seja mais para uma sinalização de virtude do que propriamente ação em si. Também dizem que por estarem crescendo em um mundo complicado, cheio de desafios e divergências, poderiam levá-los a estes sentimentos de culpa, e, portanto, defenderem essas ideias para compensar isso.

 

Bom, uma coisa não podemos desconsiderar, as tais tecnologias. Sim, a tendência é que elas sejam disruptivas em demasia. Só pra você ter uma ideia, os avanços em computação quântica estão a todo vapor e poderão transformar nosso cotidiano. Esse outro artigo meu explica bem o que é isso - https://www.hojemais.com.br/aracatuba/noticia/opiniao/tecnologia-quantica-afinal-o-que-e-isso .

 

Mas pense assim, se hoje as coisas estão mudando tão rápido que amanhã podem ser diferentes, imagina então para esse pessoal que viverá em 2040? A constante e hiper dinâmica evolução afetará essa geração de forma muito, muito diferente da forma que nos afeta agora.

 

Talvez tenham memórias artificiais que poderiam potencializar seu horizonte de consciência? Poderiam se comunicar através do pensamento, enviando sinais telepáticos conectados a rede digital para outras pessoas? E a ciência, e a medicina, como poderiam impactar e o que poderiam promover para essa nova geração?

 

Vi um vídeo outro dia onde um nascido na década de 70 estava cheio de orgulho de ter vivenciado um período que usávamos fichas telefônicas para poder conversar com alguém, e hoje, usava os mensageiros para fazer isso. Mais que isso, antigamente era muito difícil viajar pelo mundo, hoje já é bem mais fácil e amanhã será, possivelmente, mais fácil ainda. Esse tipo de fenômeno tem crescimento geométrico, por isso é rápido e, consequentemente, difícil de acompanhar. Mas, de uma forma ou outra, todos terão que fazê-lo.

 

A geração Beta talvez viva numa grande mudança radical, e as tecnologias estarão no centro dessa mudança. Talvez sofrerão, talvez terão êxito. Mas isso, só o tempo dirá.

 

*Cassio Betine é head do ecossistema regional de startups, coordenador de meetups tecnológicos regionais, coordenador e mentor de Startup Weekend e pilot do Walking Together. Cássio é autor do podcast Drops Tecnológicos

 

**Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação.

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