Por Cassio Betine
Também conhecidas como "smart cities", essas cidades representam uma evolução urbana pautada pelo uso estratégico de tecnologias para otimizar o funcionamento dos serviços urbanos e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida das pessoas. Com a crescente urbanização e a necessidade de gestões eficientes de recursos públicos, essas cidades integram soluções, não apenas tecnológicas, para garantir mais eficiência, economia e conforto aos cidadãos.
Uma das principais contribuições para a sociedade está na sustentabilidade. Ao monitorar e gerenciar recursos como água, eletricidade e saneamento de forma automatizada, essas cidades reduzem o desperdício e promovem o consumo consciente. Por exemplo, sistemas de iluminação pública inteligente que ajustam a intensidade da luz conforme a necessidade, economizando assim, energia e dinheiro. Da mesma forma, sensores de lixo informam as autoridades sobre o momento ideal para a coleta, reduzindo custos operacionais e o impacto ambiental. Essas práticas tornam-se essenciais em um cenário de crise climática e escassez de recursos, permitindo que a cidade se desenvolva de forma responsável.
A mobilidade urbana também é beneficiada em uma cidade inteligente. Com o auxílio de aplicativos de transporte e monitoramento de tráfego em tempo real, os cidadãos podem planejar suas rotas, evitando congestionamentos e otimizando o tempo de deslocamento.
Recentemente, o governo brasileiro manifestou a ideia de tornar obrigatório a instalação de semáforos inteligentes em cidades que tenham acima de 150 mil habitantes. Esses semáforos otimizam o fluxo de veículos através do ajuste da mudança de sinal sob demanda e são interligados entre si, o que permite um gerenciamento global, prevendo desvios e atalhos para circulação.
O uso de veículos elétricos e compartilhados também é um equipamento fundamental para as cidades inteligentes, bem como ciclovias, que contribuem para uma mobilidade mais sustentável e menos poluente. Tudo isso, contribui de forma notável para a redução de emissão de gases poluentes, melhorando assim a qualidade do ar, o que impacta diretamente na saúde pública.
Na segurança pública, câmeras de monitoramento, drones e sistemas de inteligência artificial, fortalecem o setor, permitindo por exemplo, respostas rápidas para situações de emergência e ajudando na redução da criminalidade. Além disso, sistemas de alerta precoce ajudam a proteger a população em caso de desastres naturais, como enchentes e terremotos, com avisos em tempo real. No Canadá, as pessoas recebem mensagens diretamente no celular sobre avisos de possíveis problemas relacionados a nevascas, alagamentos, entre outras intempéries, ajudando assim na prevenção de acidentes.
Na verdade, é razoável considerarmos a terminologia “cidades inteligentes” como a união das tecnologias disponíveis com a vontade pública de proporcionar melhoria para sua população. E, como cada cidade tem suas particularidades, outro tipo de atitude inteligente seria o incentivo da participação cidadã na gestão pública. Neste caso, plataformas digitais podem permitir que os habitantes reportem problemas, como buracos em vias ou falta de iluminação, agilizando o atendimento às demandas da comunidade. Isso fortalece a relação entre governo e população, aumenta a transparência e a confiança nos gestores públicos.
Enfim, as cidades inteligentes podem promover uma gestão eficiente e sustentável dos recursos urbanos, proporcionando melhorias significativas na qualidade de vida dos seus cidadãos. Elas representam sim um futuro em que a tecnologia é aliada da sociedade, podendo promover bem-estar e sustentabilidade. Na verdade, como dito antes, o conceito de cidade inteligente transcende o uso da tecnologia; ele simboliza a busca por cidades mais humanas, justas e preparadas para enfrentar os desafios modernos através da vontade dos gestores e da população.
No entanto, é importante reconhecer que a implementação de métodos para cidades inteligentes não é uma solução perfeita e pode trazer novos desafios. Questões como a privacidade dos dados, a exclusão digital e a dependência excessiva da tecnologia são preocupações reais que precisam ser abordadas.
Enquanto as cidades inteligentes oferecem uma visão promissora para o futuro, é fundamental continuar explorando e discutindo desafios resultantes dessas inovações.
*Cássio Betine é head do ecossistema regional de startups, coordenador de meetups tecnológicos regionais, coordenador e mentor de Startup Weekend e pilot do Walking Together. Cássio é autor do podcast Drops Tecnológicos
**Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação.