Opinião

A Revolução dos Biomateriais

"As pesquisas nessa área estão focadas em melhorar a biocompatibilidade, durabilidade e funcionalidade desses materiais"
Da Redação
10/11/2024 às 09h38
Imagem: Pixabay editado por f7digitall.com.br Imagem: Pixabay editado por f7digitall.com.br

Por Cassio Betine

 

Apesar de não nos darmos conta, existem diversos tipos de dispositivos artificiais muito presentes em nossas vidas (entenda, artificiais algo não necessariamente sintético, podem ser também híbridos - um pouco sintético, um pouco orgânico, vivo). De repente, você já foi beneficiado por algum deles e nem mesmo sabe disso. O campo de pesquisa nessa área é bem dinâmico, pois se há uma coisa que o homem não se cansa de querer resolver é a prevenção e cura de doenças, a longevidade ou vida eterna e a potencialização das capacidades físicas e mentais.

 

Todo dia, cientistas do mundo todo procuram por algum tipo de solução ou inovação para isso. E é aí que entram os tais biomateriais, que são dispositivos projetados para interagir com sistemas biológicos. Eles são utilizados em uma grande variedade de aplicações, incluindo implantes, próteses, dispositivos médicos e engenharia de tecidos, como por exemplo, substituição de articulações, stents cardíacos, enxertos ósseos e pele artificial. As pesquisas nessa área estão focadas em melhorar a biocompatibilidade, durabilidade e funcionalidade desses materiais. Ou seja, torná-los cada vez mais “naturais” para o organismo humano. 

 

E, incrivelmente, isso está acontecendo. Repare na evolução das próteses. Antigamente era algo bem grotesco, talvez até causasse mais problemas do que solução. Hoje, há próteses tão “humanizadas” que se tornam quase imperceptíveis. E não apenas as externas, como dedos, mãos, braços ou pernas, mas também as internas, como marcapassos, aparelhos de audição, chips cerebrais, etc. Eles praticamente são incorporados pelo organismo e nem sempre servem apenas para suprir deficiências, mas sim como extensão ou potencialização das nossas capacidades. Os exoesqueletos, por exemplo, já estão presentes em algumas fábricas e ajudam os operários a levantarem pesos, reduzindo assim o risco de se machucarem.

 

É óbvio que há impacto direto desses tais biomateriais em nossas vidas. Eles realmente podem promover a melhora da qualidade de vida das pessoas. Além disso, eles estão revolucionando a medicina regenerativa, permitindo a criação de tecidos e órgãos artificiais que podem substituir os naturais danificados. É claro que existem questões éticas e morais sobre este assunto, mas isso é um assunto abstrato e complexo.

 

Para se ter ideia do estágio que isso se encontra, já existiam células artificiais com genética própria e até células sintéticas que fazem fotossíntese, que teriam inúmeras aplicações, incluindo criar dispositivos eletrônicos biônicos avançados.

 

Na verdade, quando consideramos a junção desse tipo de tecnologia com outras que “correm” em paralelo, como por exemplo, pílulas nano-eletrônicas que podem levar medicamentos para um ponto específico do corpo e depois se decompor naturalmente; Chips cerebrais que podem regenerar movimentos e restaurar visão; Órgãos impressos em 3D compostos de material híbrido (vivo e sintético); Peles, nervos e músculos artificiais mais robustos e potentes que os naturais, podemos então imaginar as infinitas possibilidades que isso pode promover para a humanidade. 

 

Você pode até imaginar que essa redação é uma viagem extraída de um filme futurista, mas não é mesmo. Lembre-se, muitas coisas que já vimos na ficção se tornaram realidade. Ainda, segundo a filosofia, nada que o homem pense está fora de seu alcance, pois faz parte de seu horizonte de consciência da realidade.

 

*Cássio Betine é head do ecossistema regional de startups, coordenador de meetups tecnológicos regionais, coordenador e mentor de Startup Weekend e pilot do Walking Together. Cássio é autor do podcast Drops Tecnológicos

 

**Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação.

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