Integrantes do Ministério Público de Ribeirão Preto (SP) concederam entrevista coletiva na quarta-feira (26) para informar à imprensa, detalhes da denúncia oferecida contra 17 pessoas acusadas de participar do roubo em um condomínio de alto padrão, crime ocorrido 24 de setembro.
A denúncia já foi aceita pela Justiça e entre os réus estão três mulheres. Uma delas é Júlia Moretti de Paula, 21 anos, presa na última segunda-feira (24), ao se apresentar na delegacia de Araçatuba. Ela reside na cidade e estava foragida desde o assalto.
A denúncia foi apresentada pelos promotores de Justiça Paulo José Freire Teotônio e Eduardo Campana, que participaram da coletiva junto com a promotora Ethel Cipele. Os réus respondem criminalmente por roubo, extorsão, falsificação de documentos, adulteração de veículos e lavagem de dinheiro.
Preparação
Como já foi divulgado, a investigação apontou que o grupo atuava como uma associação criminosa estruturada em núcleos logístico, operacional e financeiro.
A denúncia cita que a preparação para o roubo incluiu a locação fraudulenta de um apartamento no nono andar do próprio condomínio, mediante uso de documento de identidade falso.
Isso teria permitido aos criminosos observarem a rotina interna e facilitar o acesso dos demais denunciados. A investigação apontou que foi Júlia quem esteve na imobiliária para alugar o apartamento. O grupo também providenciou veículos furtados e adulterados.
Esses veículos foram utilizados tanto na entrada de membros do grupo durante a madrugada, quanto na chegada dos demais na manhã do crime. Além de disfarces, como perucas, os assaltantes utilizaram equipamentos eletrônicos capazes de copiar controles, identificar moradores e acompanhar suas movimentações.
Roubo
Para a execução do roubo, segundo a denúncia, naquela manhã os criminosos renderam o porteiro e liberaram a entrada de outros veículos. Eles passaram a circular pelos andares, mantendo moradores e funcionários sob a mira de armas de fogo.
Foram roubadas joias, relógios, celulares e dinheiro, causando prejuízo de quase R$ 470 mil. Os ladrões também obtiveram R$ 10 mil em dinheiro, obrigando as vítimas a realizarem transferências via Pix.
Partilha
Ao deixar o condomínio, parte dos envolvidos se encarregou de avaliar os objetos roubados, enviar joias diretamente para revenda imediata e distribuir entre diversas contas bancárias os valores obtidos por extorsão.
Por fim, de acordo com a denúncia, os veículos utilizados no assalto foram incendiados para dificultar a investigação. Segundo a polícia, todos os 17 denunciados tiveram as prisões preventivas decretadas e dois deles seguem foragidos, um homem e uma mulher.