O Tribunal do Júri de Araçatuba (SP) se reúne nesta quinta-feira (26) para o julgamentno de João Paulo dos Santos e Marcos de Abreu Gonçalves dos Santos, por uma dupla tentativa de homicídio contra duas mulheres, ocorrida em 31 de dezembro de 2009, no bairro Santa Luzia.
Segundo a denúncia, as vítimas conviviam e residiam em um imóvel na rua São Domingos e estavam nos preparativos para o festejo de ano novo. No mesmo momento, João Paulo, Marcos e Luiz Gustavo Gonçalves de Abreu Santos, que já morreu, participavam de uma festa nas imediações.
Por volta das 21h, Luiz Gustavo teria arremessado uma bomba na casa das vítimas. Com a explosão, algumas telhas foram danificadas e a uma das mulheres foi repreendê-lo pela atitude. Houve discussão entre eles, sendo que os réus teriam em função disso, resolvido matá-las.
Tiros
Eles teriam se armado com revólveres e enquanto invadiam a casa das mulheres, João Paulo teria dito que “é pra sapecar” , se referindo, segundo a denúncia, que era para atirar em quem fosse encontrado na casa.
Ao ouvir os tiros, uma das mulheres conseguiu correr para os fundos do imóvel, pular o muro e fugir, mas a outra mulher permaneceu na casa e foi encontrada pelos réus.
Segundo a denúncia, Luiz Gustavo teria feito vários disparos com a arma de fogo na direção dela, que foi atinginda nas costas. Ferida, ela teria caído e passado a gritar por socorro, fazendo com que os três fugissem.
Eles foram denunciados por dupla tentativa de homicídio qualificada pelo motivo fútil, já que teriam tentado as vítimas em razão de um deles ter sido repreendido por jogar uma bomba no telhado da casa delas.
Cão foi baleado
A mulher que foi atingida contou em juízo que devido ao ferimento permaneceu hospitalizada por menos de um mês, mas o período de efetiva recuperação demorou cerca de um ano. Ela informou que o cachorro que ficava na casa também foi baleado, mas não sabe por quem.
De acordo com essa vítima, após a companheira dela reclamar com os vizinhos por terem jogado a bomba no telhado, ela acreditava que a situação teria se resolvido. Porém, passado algum tempo ela foi avisada pela outra vítima que “os meninos” estavam no portão e correu.
Ela foi surpreendida pelo trio na porta da cozinha, cada um com uma arma de fogo. Ao se virar de costas, foi atingida por um dos disparos feito por Luiz Gustavo. Ela ainda teria ouvido João Paulo dizer que não era para matá-la, mas sim, a outra mulher.
Correu
A mulher que conseguiu fugir relatou em juízo que enquanto estava limpando as telhas quebradas que caíram no chão devido à explosão da bomba, os réus teriam pulado o muro e passado a atirar contra ela.
João Paulo teria sido o primeiro a invadir a casa e a disparar a arma, na versão dela. Ao correr, teria ouvido inúmeros disparos de arma de fogo, mas não chegou a ver os demais estavam armados. Porém, teria ouvido a frase: “é pra sapecar” na hora em que os réus pularam o muro e a viram.
Negaram
Ao serem ouvidos, os réus negaram terem atirado nas vítimas. Marcos afirmou que ouviu a discussão e depois só ouviu o disparo e soube que uma das mulheres havia sido baleado.
Já João Paulo alegou desconhecer quem teve a iniciativa de reclamar sobre o rojão e que não foi o autor do disparo que acertou a vítima. Falou ainda que depois soube que teria sido Luiz Gustavo.
O julgamento está marcado para as 9h, no Fórum de Araçatuba.