Justiça & Cidadania

Réus são condenados por dupla tentativa de homicídio no São José

Jovem e uma adolescente foram vítimas de disparos de arma de fogo em crime ocorrido em outubro de 2022; motivo seria guerra pela liderança do tráfico de drogas
Lázaro Jr.
06/06/2024 às 18h46
Arma usada no crime foi apreendida dias depois pela Polícia Militar (Foto: Divulgação) Arma usada no crime foi apreendida dias depois pela Polícia Militar (Foto: Divulgação)

Em julgamento realizado nesta quinta-feira (6), o Tribunal do Júri de Araçatuba (SP) condenou dois réus por uma dupla tentativa de homicídio ocorrida em outubro de 2022, no bairro São José, tendo como vítimas um jovem e uma adolescente de 17 anos.

 

Pelos crimes, Vitor Manoel da Silva Batista foi condenado a 8 anos, 4 meses e 24 dias de prisão e Marcelo Vinicius Bertanha dos Santos Luiz, a 9 anos e 4 meses de prisão, ambos para cumprimento no regime inicial fechado.

 

De acordo com a sentença, os dois réus estavam com o mandado de prisão em vigor e Marcelo Vinicius foi preso ao comparecer ao julgamento, pois até então, era considerado foragido. Eles não terão o direito de recorrer em liberdade.

 

Caso

 

Segundo a denúncia, as tentativas de homicídio ocorreram em meio a uma guerra por disputa pela liderança no tráfico de drogas entre dois grupos rivais nos bairros São José e Mão Divina. Essa disputa já havia ocasionado vários homicídios e tentativas de homicídio apurados em inquéritos próprios e os réus integrariam a "turma" de um dos grupos.

 

Já a vítima seria integrante do outro grupo, por isso, foi alvo da tentativa de homicídio. Na manhã de 28 de outubro de 2022, o jovem foi à casa da adolescente, que seria ex-cunhada dele, e estavam sentados na calçada quando os réus chegaram ao local em uma moto.

 

Tiros

 

O veículo seria conduzido por Marcelo, que trazia Vitor na garupa, o qual desceu do veículo, sacou uma pistola calibre 380 com numeração raspada e passou a atirar na direção do jovem.

 

Ao perceber a ação, o jovem entrou correndo no imóvel e pulou o muro para fugir, sendo atingindo de raspão com por um dos projéteis. A adolescente, que estava do lado do ex-cunhado, correu em direção à rua, mas foi atingida por pelo menos três tiros.

 

Os réus fugiram em seguida com a moto e dez dias depois Vitor foi preso em flagrante, com uma pistola. Segundo a denúncia, exame de confronto microbalístico confirmou que os projéteis que atingiram as vítimas foram disparados por essa arma de fogo.

 

Denunciados

 

Ainda segundo a denúncia, a adolescente foi ferida por um disparo no abdome e outros dois na perna esquerda. Laudo de exame de corpo de delito aponou que ela sofreu lesão corporal de natureza grave pelo perigo à vida.

 

Já o jovem sofreu escoriação no peito em função do tiro que recebeu de raspão, caracterizando lesão corporal de natureza leve.

 

Apesar disso, o Ministério Público entendeu que os assassinatos não foram consumados por erro de pontaria do atirador, com relação ao jovem, e porque a adolescente não foi atingida em regiões vitais e recebeu pronto atendimento médico.

 

Condenados

 

Vitor e Marcelo foram denunciados por homicídio qualificado pelo motivo torpe e recurso que dificultou a defesa das vítimas. Durante o julgamento, o promotor de Justiça Adelmo Pinho pediu o afastamento da qualificadora do motivo torpe.

 

Os réus tiveram as defesas feitas pelos advogados José Roberto Sanches, no caso de Vitor, e Lauane Gabrelly de Souza, no caso de Marcelo. A sentença foi proferida pelo juiz Carlos Gustavo de Souza Miranda, que presidiu o julgamento, e a condenação foi pelas duas tentativas de homicídio qualificadas pelo recurso que dificultou a defesa das vítimas. 

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