Justiça & Cidadania

Réu é condenado a 43 anos e 8 meses de prisão por matar o ex-sogro e atirar na ex e no namorado dela

Pena foi a maior do ano e julgamento marcou reconciliação entre mãe e filha, que não se falavam desde a data dos crimes
Lázaro Jr.
28/11/2024 às 19h16
Imagem: Ilustração/Divulgação Imagem: Ilustração/Divulgação

O Tribunal do Júri de Araçatuba (SP) condenou a 43 anos e 8 meses de prisão, Renato Vieira da Silva, por ter assassinado o ex-sogro dele, Wellington José dos Santos, 54, e tentado matar a ex-mulher dele e o namorado dela. A pena foi a maior aplicada em julgamento pelo Tribunal do Júri na Comarca de Araçatuba neste ano. 

 

Os crimes ocorreram em outubro de 2022, na casa das vítimas, no bairro Taane Andraus, e o julgamento aconteceu nesta quinta-feira (28). A sentença foi proferida pelo juiz Lucas Bannwart Pereira, que não concedeu ao réu o direito de recorrer em liberdade.

 

Conforme já publicado, Renato viveu em união estável por 18 anos, estava separado havia três meses, e não aceitaria o término do relacionamento. Por ser perseguida e ameaçada, a ex-companheira dele solicitou medidas protetivas de urgência e foi atendida.

 

Tiros

 

Na tarde de 23 de outubro de 2022 ele invadiu a casa dela pulando o muro, armado com uma pistola 9 milímetros, e atirou no namorado dela, então com 33 anos, que foi ferido na região do tórax. A mulher estava ao lado, entrou em luta com ele e também foi alvo de disparos após a arma cair no chão e ser recuperada, porém, falhou.

 

Ela e o namorado se esconderam no banheiro, que teve a porta alvejada por disparos de arma de fogo enquanto as duas vítimas permaneciam trancadas. O réu também teria colocado a mão pelo vitrô do banheiro e feito disparos contra as vítimas, que não foram atingidas.

 

Ex-sogro

 

Antes de deixar o imóvel, ele ainda atirou contra o padrasto da ex-companheira, que estava sentado em uma cadeira no quintal, e morreu ao ser ferido por disparos de arma de fogo na boca.

 

A filha do ex-casal, de 3 anos, estava na casa e foi levada embora por um irmão do réu, que chegou a ser denunciado, porém, o próprio Ministério Público posteriormente representou pela impronúncia dele.

 

Denúncia

 

A arma usada no crime foi entregue à polícia pelos irmãos e Renato foi denunciado por homicídio tentado contra a mulher, cometido por razões do sexo feminino, envolvendo violência doméstica e familiar (feminicídio), qualificado por motivo torpe e com recurso que dificultou a defesa da vítima.

 

Também foi denunciado pelo homicídio qualificado por motivo torpe e com recurso de que dificultou a defesa da vítima contra o ex-sogro e pelo homicídio tentado qualificado por motivo torpe e com recurso de que dificultou a defesa da vítima, tendo como vítima o namorado da ex-mulher.

 

Reconciliação

 

O julgamento teve início às 9h desta quinta-feira e a ex-mulher do réu foi ouvida presencialmente como testemunha. Segundo o que foi apurado pela reportagem, ela revelou que desde os crimes, não havia mais falado com a mãe dela, que a culpava pelas morte do padrasto.

 

A mãe dela também foi ouvida presencialmente, porém, sem a presença do réu e do público. Quando saía do plenário, após prestar depoimento, ela encontrou com a filha e as duas se abraçaram, marcando a reconciliação.

 

Julgamento

 

Durante o julgamento, o promotor de Justiça Adelmo Pinho pediu a condenação do réu, de acordo com a denúncia. Renato teve a defesa feita pelo advogado Benedito Matias Dantas, que reconheceu o homicídio contra o ex-sogro e a tentativa contra o namorado da ex-mulher do réu.

 

Porém, pediu a absolvição com relação ao homicídio tentado contra a ex-mulher e o afastamento das qualificadoras na denúncia com relação ao homicídio e à tentativa de homicídio. Os jurados acataram na íntegra o pedido da Promotoria.

 

Sentença

 

Pela tentativa de feminicídio a pena foi de 16 anos de prisão, levando em consideração que o crime foi praticado na frente da filha do casal, o que é mais um agravante.

 

Já pela tentativa de homicídio contra o namorado da ex-mulher do réu, a pena foi de 9 anos e 4 meses de prisão e, pelo assassinato do ex-sogro, mais 16 anos e 4 meses de prisão. O regime inicial para o cumprimento da pena é o fechado. O Ministério Público já adiantou que não irá recorrer.

Entre no grupo do Whatsapp
Logo Trio Copyright © 2025 Trio Agência de Notícias. Todos os direitos reservados.