Justiça & Cidadania

Presidente da Câmara de Araçatuba é acusada de praticar 'rachadinha'

Promotoria de Justiça moveu ação contra Cristina Munhoz e queria o afastamento dela do cargo, o que foi negado
Lázaro Jr.
23/08/2024 às 19h10
Cristinha Munhoz afirma que é alvo de perseguição política (Foto: AG Cardoso/AI Câmara) Cristinha Munhoz afirma que é alvo de perseguição política (Foto: AG Cardoso/AI Câmara)

O Ministério Público de Araçatuba (SP) moveu uma Ação Civil Pública por ato de improbidade administrativa contra a presidente da Câmara, vereadora Cristina Munhoz (UB). Ela é acusada de praticar, de forma reiterada, a ação denominada de “rachadinha”, que é ficar com parte do valor da remuneração que é paga aos assessores dos parlamentares.

 

Na inicial, que foi protocolada na última segunda-feira (19), o promotor de Justiça autor requereu sigilo dos autos, devido à existência "de documentos sensíveis" , de acordo com a assessoria. Assim, a imprensa não teve detalhes da denúncia.

 


Em nota, o órgão informa que foi requerido à Justiça, que afastasse a vereadora do cargo, o que foi indeferido pelo Justiça de Araçatuba. A Promotoria de Justiça já recorreu ao TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).

 

Negou

 

A reportagem teve acesso ao despacho feito pelo desembargador Eduardo Gouveia e publicado na quinta-feira (22), no qual ele também nega o pedido de afastamento de Cristina por meio de liminar.

 

Na decisão ele cita que o Ministério Público interpôs agravo de instrumento em face de decisão em primeira instância, que indeferiu o afastamento cautelar da ré do cargo de vereadora e presidente da Câmara Municipal por 90 dias.

 

"Em síntese, alega o recorrente que estão presentes os requisitos da medida pleiteada para cessar a contínua e reiterada ação denominada de rachadinha da qual a ré faria parte", consta na publicação.

 

Entretanto, o desembargador considerou que diante das provas apresentadas nos autos e diante das informações apresentadas, é caso de o recurso ser analisado sem a concessão da liminar para afastá-la do cargo. Ele determinou que o processo seja encaminhado à PGJ (Procuradoria Geral de Justiça) para parecer. No site consta que o processo foi encaminhado para o "Processamento de Grupos e Câmaras".

 

Perseguição

 

rocurada pela reportagem, Cristina Munhoz nega que tenha praticado rachadinha e afirma que está sendo vítima de perseguição política. Ela argumenta que a autora da denúncia é uma assessora que foi exonerada há cerca de dois anos e nunca teria se manifestado a respeito da suposta fraude.

 

"Infelizmente a pessoa pode sair falando o que quiser. Ela é amiga de um candidato a vereador contra o qual já fiz boletim de ocorrência e que disse que iria me destruir. Agora na véspera da eleição ela faz a denúncia para querer me prejudicar", comenta.

 

A presidente da Câmara disse que já foi notificada da ação e que irá tomar as devidas providências legais.

 

Salários

 

Em Araçatuba, cada vereador tem direito a um Assessor de Relações Parlamentares e a um Chefe de Gabinete Parlamentar. A Presidência da Câmara também tem direito a um Chefe de Gabinete Parlamentar.

 

Enquanto a remuneração do vereador é de R$ 6.502,25 por mês, em dezembro do ano passado a Câmara aprovou projeto fixando o salário do Assessor de Relações Parlamentares para R$ 16.035,58 e para o Chefe de Gabinete Parlamentar, em R$ 18.495,46 mensais.

 

A aprovação aconteceu após a Mesa Diretora suspender outro aumento que havia sido aprovado no final de novembro, por determinação do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), que havia suspendido artigos de lei que concedeu o reajuste.

 

Em janeiro deste ano, a Justiça também suspendeu os efeitos da resolução aprovada pela Câmara em dezembro e moveu uma ação de improbidade administrativa contra os seis vereadores que votaram favoráveis ao projeto e contra a presidente da Casa, autora do projeto.

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