Penapolense é condenado a 17 anos de prisão por participação em atos no 8 de janeiro em Brasília

A 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), em sessão virtual realizada entre 21 e 28 de fevereiro, julgou procedente a ação penal e condenou o penapolense Erlon Paliotta Ferrite, a 17 anos de prisão por participação nos atos que resultaram na invasão dos prédios do Três Poderes, em Brasília (DF), em 8 de janeiro de 2023.

Esses atos aconteceram uma semana após a posse do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) e o réu foi um dos destaques em reportagem do Fantástico, da Rede Globo, exibida na semana seguinte aos fatos.

A sentença, publicada na quarta-feira (5), prevê ainda, a condenação ao pagamento de indenização por danos morais coletivos, no valor de R$ 30.000.000,00, pagamento esse que deve ser feito de forma solidária com os demais condenados. O regime inicial para o início do cumprimento da pena é o fechado, de acordo com a decisão.

Caso

Ferrite divulgou um vídeo subindo a rampa de um dos prédios dos Três Poderes naquele 8 de janeiro e foi personagem na reportagem especial exibida pelo Fantástico no dia 15. "Tomamos essa p.... aqui linda. Ninguém manda nesse c... não, o Brasil é nosso”, disse emocionado. Em seguida, ele vira o celular para ao rosto e prossegue: "Invadimos, subimos a rampa. Agora a gente vai lá pro Supremo meter fogo naquela desgraça”, narrou.

Ainda de acordo com a reportagem, ele gravou o vídeo de outro penapolense, o mecânico Fábio Alexandre de Oliveira, conhecido como "Irmão Fábio", sentado em uma das cadeiras dos ministros do STF. "Cadeira do Xandão agora com o Irmão Fábio. E já era", diz a pessoa que está gravando o vídeo, cuja autoria é atribuída a Ferrite na reportagem. Em seguida, Irmão Fábio bate na cadeira e diz: "O povo é que manda nessa...".

Ferrite também teria gravado um vídeo chutando os bustos dos juristas Victor Nunes Leal e Pedro Lessa, que estavam jogados no chão. "Pisamos com tudo. Quebramos com tudo. Tamo quebrando tudo essa m****. Tomamos tudo. Nois tocou (sic) na linha de frente. Tocamos o horror memo (sic)", diz a pessoa que está gravando o vídeo.

A reportagem tenta o contato da defesa de Ferrite para comentar a decisão e informar sobre possível recurso.