Justiça & Cidadania

MP decide pelo arquivamento de inquérito que apura suposta extorsão de hacker contra Dunga

Investigado teria oferecido informações relacionadas ao então prefeito Dilador Borges, para que fossem usadas durante a campanha eleitoral
Da Redação
29/05/2025 às 15h31
Imagem: Divulgação/Ilustração Imagem: Divulgação/Ilustração

O Ministério Público em Araçatuba (SP) decidiu pelo arquivamento do inquérito instaurado pela Polícia Civil, para investigar denúncia contra o hacker Patrick César da Silva Brito, a partir de boletim de ocorrência registrado pelo ex-vereador Antônio Edwaldo Costa, o Dunga, em 10 de abril do ano passado.

 

Conforme divulgado na época, o então vereador relatou à polícia que o hacker, que está na Sérvia, teria oferecido a ele informações relacionadas ao então prefeito Dilador Borges, para que fossem usadas durante a campanha eleitoral. Dilador não concorreu, mas apoiou o candidato Deocleciano Borella (PSD).

 

Em troca dessas supostas informações, Patrick teria cobrado R$ 5.000,00, o que teria sido recusado, motivando o hacker a afirmar que se vingaria. A partir daí, ele teria passado a enviar mensagens pelo aplicativo WhatsApp, fazendo ameaças e dizendo que acabaria com a vida política de Dunga.

 

O investigado teria informado que possuía acesso a todas as redes sociais e ao WhatsApp do parlamentar e passado a disparar diversas mensagens, dizendo que iria prejudicá-lo politicamente.

 

Testemunhas

 

Duas testemunhas indicadas por Dunga foram ouvidas e confirmaram que o hacker teria feito contato com o parlamentar, que depois passou a receber mensagens e áudios com xingamentos e ameaças.

 

Uma delas confirmou que teria ouvido "viva voz", Patrick exigir R$ 5.000,00 em troca de informações sobre supostos ilícitos praticados por candidatos. Diante da recusa, teria enviado mensagens ameaçando prejudicar a carreira política do vereador, caso não fosse auxiliado financeiramente. 

 

Negou

 

O hacker também foi ouvido, negou as acusações e alegou que teria procurado Dunga para esclarecer informações de que o vereador estaria utilizando o nome dele e buscando documentos para fins ilícitos.

 

Na versão dele, o parlamentar que teria tentado obter informações sigilosas mediante pagamento, o que teria sido recusado por ele. Dunga ainda teria negado estar usando o nome de Patrick e após ser confrontado, o teria ameaçado e registrado uma falsa ocorrência de extorsão.

 

Por fim, o investigado alegou que houve uma armação para prejudicá-lo, que é vítima de perseguição e de uma campanha difamatória, além de criticar a condução das investigações.

 

Arquivamento

 

Ao decidir pelo arquivamento do inquérito policial, que tramita na 1ª Vara Criminal de Araçatuba, a Promotoria de Justiça levou em consideração que as informações colhidas são conflitantes, não esclarecendo o contexto com segurança.

 

Porém, não é descartada a possibilidade de a autoridade policial solicitar o desarquivamento futuro do inquérito, caso sejam apresentadas provas novas. Segundo o que foi apurado pela reportagem, já foi promovido o arquivamento do inquérito policial, sem a manifestação da Justiça, que não mais delibera sobre o mérito do arquivamento, devendo apenas tomar ciência ou homologar formalmente o ato.

 

Sérvia

 

Patrick segue na Sérvia, onde ficou preso entre 23 de dezembro de 2022 a 22 de dezembro de 2023, em cumprimento a mandado de prisão preventiva da Justiça de Araçatuba. Ele é réu confesso em processo por invasão de dispositivos e extorsão contra Dilador e a ex-primeira-dama, Deomerce Damasceno.

 

No final de abril deste ano, a Justiça de Araçatuba também aceitou denúncia do Ministério Público contra ele, referente a inquérito que investigou o crime de coação no curso do processo e por ameaçar, caluniar e injuriar vários policiais civis da cidade.

 

Perseguição

 

Foi após publicação pelo Hojemais Araçatuba da matéria sobre a denúncia feita à polícia por Dunga, que Patrick passou a ameaçar o repórter deste site de notícias. Além de enviar mensagens ameaçadoras, ele mandou um vídeo de exibição única, apagando o Facebook pessoal deste jornalista.

 

Um boletim de ocorrência de ameaça foi registrado na ocasião, mas não houve representação criminal no prazo determinado pela legislação. No último dia 9, após invadir as redes sociais do Hojemais Araçatuba na noite anterior e fazer várias postagens de notícias falsas, inclusive na madrugada e manhã seguinte, Patrick mandou novas mensagens de ameaças.

 

Além disso, ele divulgou vídeos expondo contatos deste repórter e confessou que está de posse do e-mail e do Facebook deste jornalista, inclusive apresentando imagens dos contatos existentes no e-mail. O caso também foi comunicado à polícia para as devidas providências.

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