O Tribunal do Júri de Guararapes (SP) condenou seis réus por participação no assassinato de João Gabriel Messias, 31 anos, conhecido como “Gonha”, que morava em Guararapes, e o irmão dele, Willian Douglas Messias, 36, o “Nego”, que morava no Residencial Porto Real, em Araçatuba, crimes ocorridos na tarde de 9 de fevereiro de 2023.
O julgamento teve início na manhã de terça-feira (21) e só foi concluído por volta das 3h30 da madrugada desta quarta-feira (22). As penas variam de 26 anos a 32 anos e 8 meses de prisão e os réus não poderão recorrer da sentença em liberdade.
Segundo a denúncia, na manhã daquele dia as vítimas foram à casa de José Adelson Lopes da Silva, para cobrar o pagamento de um valor referente à venda de um veículo. As partes se desentenderam e houve luta corporal.
Após os cobradores deixarem o local, José Adelson contou o que havia acontecido ao irmão dele, Rafael Lopes da Silva, e por vingança, os dois teriam decidido matar as vítimas. Para consumar o crime, eles teriam contratado José Maria Soares da Silva e Valtenes Soares da Silva Filho, oferecendo a eles R$ 10.000,00 pelo serviço.
Além disso, de acordo com a denúncia, eles também entraram em contato com Arnaldo Mendes de Oliveira e Itamar de Moura da Silva para auxiliarem nas execuções.
Surpresa
No período da tarde daquele dia, José Maria, Valtenes, Arnaldo e Itamar, que residem em Araçatuba, foram para Guararapes, utilizando GM Prisma e um GM Cobalt. Eles se encontraram com os irmãos que haviam encomendado o crime e foram até o campo de futebol onde as vítimas estavam.
Arnaldo parou nas imediações e Rafael desembarcou do veículo, enquanto Itamar ficou com o Prisma parado nas imediações, com a função de dar cobertura ao crime.
Já no campo de futebol, Rafael pediu a uma mulher que estava presente que fosse embora, pois iria acontecer uma “fita no local”. Assim que essa mulher saiu, ele chamou as vítimas, que ao se aproximarem, foram surpreendias por José Maria e Valtenes, que desceram armados do Cobalt.
Tiros
Eles se aproximaram das vítimas passaram a atirar. Consta na denúncia que um deles atirou uma vez contra João Gabriel, que foi atingido no maxilar, enquanto o outro deu três tiros em Willian Douglas, que ainda teria tentado correr, mas foi atingido na parte da frente da cabeça e nas costas.
Os dois morreram no local, enquanto Rafael embarcou no veículo conduzido por Itamar, e José Maria e Valtenes fugiram no carro conduzido por Arnaldo. Os dois veículos deixaram Guararapes por uma estrada municipal, com destino a Araçatuba.
Para o Ministério Público, ficou claro que os irmãos José Adelson e Rafael arquitetaram os crimes e convidaram os corréus para executá-los. Todos foram denunciados por duplo homicídio qualificado por motivo torpe e com recurso que dificultou a defesa das vítimas.
Condenação
Durante o julgamento, os jurados acataram o pedido do Ministério Público e condenaram os réus de acordo com a denúncia. A sentença foi proferida pelo juiz Israel Salu.
José Adelson e o irmão dele, Rafael, tiveram as penas maiores e foram condenados a 32 anos e 8 meses de prisão, sendo 16 anos e 4 meses por homicídio. No caso deles, pesou o fator agravante de terem planejado os assassinatos.
José Maria, Valtenes e Itamar foram condenados cada um, a 28 anos de prisão, sendo 14 anos pela morte de cada uma das vítimas. Já para Arnaldo, consta na sentença que ele foi condenado a 26 anos de prisão. Foi determinado o regime fechado para o início do cumprimento da pena e os réus não poderão recorrer em liberdade.