Justiça & Cidadania

Idoso é condenado a 25 anos de prisão por estupro de vulnerável contra primas

Uma das meninas tinha entre 7 e 9 anos quando ocorreram os crimes; réu é tio-avô das vítimas
Lázaro Jr.
06/11/2024 às 19h59

A Justiça de Buritama (SP) condenou um homem de 73 anos a 25 anos de prisão por estupro de vulnerável contra duas meninas. Uma delas tinha entre 7 e 9 anos na época dos crimes, que teriam sido praticados por diversas vezes contra ambas, por mais de um ano.

 

A reportagem apurou que a denúncia do Ministério Público foi apresentada em fevereiro deste ano e a sentença proferida em 28 de outubro. A Justiça determinou o regime fechado para início do cumprimento da pena, mas o réu responde em liberdade.

 

Os crimes teriam ocorrido em um sítio na área rural de Planalto, cidade vizinha a Buritama, contra uma adolescente que hoje tem 14 anos e contra uma jovem que hoje tem 19 anos. Porém, a investigação teve início com base em boletim de ocorrência registrado pelo menos 5 anos após os fatos, através do Disque Denúncia.

 

Segundo o que foi apurado, as vítimas são primas e quando crianças, frequentavam o sítio da bisavó aos finais de semana. O réu, que é tio-avô delas, residia na propriedade e durante as visitas, as convidava para passeios de trator, nos quais, pedia para que elas mostrassem os seios e as partes íntimas. Além disso, passaria as mãos no corpo delas.

 

Trauma

 

Ao ser ouvida na polícia, a vítima mais velha revelou que ocorreram fatos mais graves, porém, preferiu não detalhar, para não violar a intimidade dela e também por trazer lembranças traumáticas.

 

Já a mais nova contou detalhes dos crimes. Chorando, ela relatou que era convidada para andar de trator pelo sítio e, conforme se distanciavam da sede da propriedade, o réu parava o veículo e pedia para ela mostrar os seios e órgão genital.

 

Houve ocasiões em que, aproveitando que ela mostrava os seios, ele os tocava. Ainda de acordo com o relato, na maioria dos passeios a menina estava sozinha com ele, mas os crimes também teriam ocorrido na presença da prima.

 

Denúncia

 

Os fatos teriam ocorrido por várias vezes, quase todos os finais de semana, por mais de um ano. Porém, a vítima demorou para denunciar o idoso à polícia porque ela e a família dela não sabiam como proceder, já que não havia ocorrido relação sexual. 

 

A situação seria a mesma com relação à outra vítima, que havia comentado com a prima que enquanto dormia no sítio, no meio da noite o idoso ia ao quarto dela e se deitava com ela na mesma cama.

 

Os crimes só teriam parado quando o réu convidou as vítimas para andar de carro, elas aceitaram, mas o pai de uma delas seguiu o veículo e o abordou no caminho. O homem também foi ouvido em juízo e relatou que desconfiou que havia algo errado quando todos estavam nadando em uma represa e uma das vítimas se soltou do réu, que a segurava, ficando nervosa.

 

Na ocasião, o idoso teria dito a ela que "quando você era pequena, você gostava”. A atitude gerou desconfiança, por isso, ele passou a ficar atento. Ainda segundo o que foi relatado à Justiça, uma das vítimas começou a se mutilar devido aos fatos e ainda passa por tratamento psicológico.

 

Negou

 

Ao ser ouvido em juízo, o réu negou a autoria dos crimes, alegando que estaria sendo acusado por questões relacionadas à herança da família. A defesa queria a absolvição por ausência de provas e, em caso de condenação, a desclassificação para o crime e importunação sexual.

 

Apesar disso, a Justiça entendeu que era caso de condenação por estupro de vulnerável. Foi levado em consideração que crimes sexuais praticados em contexto familiar dificilmente tem testemunhas presenciais, havendo apenas a palavra da vítima contra a do agressor.

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