Homem é condenado a 22 anos e meio de prisão por matar namorado da ex dele em Birigui

O Tribunal do Júri de Birigui (SP) condenou Deivid da Silva Ferro, a 22 anos, 6 meses e 20 dias de prisão pelo assassinato de Diego Cardoso Teodoro, 31 anos, crime ocorrido em novembro de 2022. A vítima estaria namorando a ex-namorada do réu, que também foi condenado por roubar uma Biz e ameçar a mulher.

A sentença prevê ainda, que o réu deve pagar R$ 20 mil de indenização aos sucessores da família de Diego. Segundo a denúncia, Ferro manteve relacionamento com uma mulher por cerca de 4 meses. Ele não aceitaria o término da relação e passou a ameaçá-la de morte.

A mulher passou a ser relacionar com Teodoro, que na madrugada do dia 11 de novembro de 2022, foi à casa dela com uma Honda Biz. Enquanto o casal aguardava a entrega de um lanche, o réu chegou ao local, foi atendido pela ex-companheira e quis saber quem estava com ela.

A mulher mandou ele ir embora, ameaçando chamar a polícia. Enquanto isso, com medo, Teodoro fugiu pulando o muro, deixando a motoneta, o celular, o capacete, o chinelo e uma blusa de frio na casa da namorada.

A mulher acionou a Polícia Militar, entrou no imóvel e permaneceu em um canto da sala. Armado com uma faca, o réu invadiu a residência pulando o muro dos fundos e passou a procurar quem estaria na companhia da mulher.

Roubo

Ela conseguiu correr para a rua e pediu ajuda a um vizinho, enquanto o réu fugiu após roubar uma faca que encontrou na casa, o celular e a chave da Biz de Teodoro. Mais tarde Ferro retornou à casa da ex-namorada de bicicleta, portando duas facas, pegou a motoneta e deixou o local, apesar de a mulher tentar impedi-lo.

Teodoro permaneceu escondido no bairro durante toda a madrugada e por volta das 5h30, passou pela avenida Candido Sabioni, que liga o Jardim do Trevo às avenidas Euclides Miragaia e Nove de Julho, sobre o pontilhão da rodovia Marechal Rondon (SP-300).

Facadas

Nesse momento ele passou a ser seguido pelo réu, que estava de bicicleta, e tentou pedir socorro, mas acabou caindo e foi atacado com golpes de faca. Após o crime o Ferro fugiu de bicicleta pela contramão da alça de acesso à rodovia, enquanto Teodoro permaneceu caído à beira da estrada.

Populares acionaram o socorro, mas ele acabou morrendo no local. Exame necroscópico apontou que a vítima teve quatro perfurações pelo corpo, atingindo músculos, ossos, pulmões, fígado e vasos sanguíneos.

Ameaças

Ainda de acordo com a denúncia, após o assassinato, Ferro passou a ameaçar a ex-namorada através de mensagens de áudio, dizendo que a mataria e também mataria outra pessoa com quem ela viessa a se relacionar.

Consta ainda que o réu chegou a confessar a ela a autoria do assassinato e relatou que havia incendiado a Biz da vítima. Ele foi denunciado por homicídio qualificado pelo motivo torpe, com meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Também foi denunciado duas vezes por roubo, contra Teodoro e contra a mulher, e pela ameaça.

Condenado

O julgamento aconteceu na última sexta-feira (22) no Fórum de Birigui e a defesa, feita pelos advogados Keilla Dias Takahashi e Roger Marcelo Fortes Gueia, levando em consideração a confissão do homicídio por parte do réu, pediu o afastamento das qualificadoras e a desclassificação para homicídio privilegiado.

Porém, os jurados acataram os pedidos do Ministério Público, representado pelo promotor de Justiça Rodrigo Mazzilli Marcondes, pela condenação de acordo com a denúncia, no caso do homicídio. Pelo homicídio com as três qualificadoras, a pena foi de 16 anos e 4 meses de prisão, no regime inicial fechado.

Com relação aos roubos, o promotor pediu para que fosse afastado o crime cometido contra a ex-namorada, que teria tido uma faca roubada. Assim, o réu foi condenado a 6 anos, 2 meses e 20 dias de prisão pelo roubo contra Teodoro e absolvido com relação à denúncia do roubo contra a mulher.

Por fim, foi condenado a mais 1 mês e 10 dias de detenção, no regime inicial semiaberto, pelo crime de ameaça contra a ex-namorada. A juíza Moema Moreira Ponce Lacerda, que presidiu o Júri, não concedeu ao réu o direito de recorrer em liberdade. A defesa não deve recorrer da sentença.