Homem é condenado a 17 anos de prisão por morte de mulher que foi espancada em Birigui

O Tribunal do Júri de Birigui (SP) condenou a 17 anos e 6 meses de prisão, Márcio Ricardo Tavares, 45 anos, pelo assassinato da ex-companheira dele, Valeria Kaliane de Medeiros Silva, 40, crime ocorrido em junho de 2021. O julgamento aconteceu nesta terça-feira (28), no Fórum de Birigui.

Ele foi condenado por homicídio duplamente qualificado por meio cruel e praticado em situação de violência contra mulheres. O crime aconteceu em 14 de junho de 2021, na casa do réu, imóvel que fica na rua José Scarpim, no Jardim Aeroporto.

Segundo a denúncia do Ministério Público, o casal havia rompido o relacionamento devido à agressividade por parte de Tavares. Após o término Valéria foi morar com a família, em Jaú, mas passado algum tempo ela retornou para Birigui para visitar familiares. Nesse período ela encontrou com o ex-companheiro e acabou voltando para a casa dele.

Agressões

Ainda de acordo com a denúncia, desde que o casal voltou a residir junto, a vítima passou a ser agredida fisicamente com frequência. Diante da situação, ela teria telefonado para a mãe, que residia em Jaú, pedindo que fosse a Birigui para socorrê-la.

Porém, na manhã do dia 14 de junho a vítima teria sido agredida com socos e chutes, foi jogada ao chão e, indefesa, recebeu chutes pelo corpo, inclusive na cabeça. Sob ameaças de morte, ela conseguiu se levantar e tentou fugir, mas foi novamente espancada e mantida na casa.

Abandonada

No decorrer do dia Valéria teria sofrido novas agressões, desmaiou e foi deixada sozinha no imóvel. A vítima foi encontrada apenas no período da noite, quando a mãe dela chegou de Jaú e contou com a ajuda de uma vizinha para entrar na residência, já que ninguém atendeu aos chamados.

Valéria estava agonizando no chão e foi levada para o pronto-socorro por equipe de resgate do Corpo de Bombeiros. Apesar do atendimento médico recebido, ela morreu às 14h do dia seguinte, em decorrência de traumatismo cranioencefálico.

Preso

O réu foi preso em flagrante pela Polícia Militar ainda no dia do crime, ao retornar para casa, e denunciado por feminicídio qualificado pelo meio cruel, por ter espancado a vítima até a morte.

Durante o julgamento, na terça-feira, o promotor de Justiça Rodrigo Mazzilli Marcondes pediu a condenação de acordo com a denúncia, enquanto a defesa do réu negou a autoria do crime. Os jurados acataram o pedido do Ministério Público e o réu foi condenado a cumprir a pena no regime inicial fechado, sem o direito de recorrer em liberdade.