O Tribunal do Júri de Araçatuba (SP) se reúne nesta quinta-feira (27) para o julgamento de cinco réus denunciados pelo assassinato de Paulo César de Almeida, 37 anos, morador na Vila Paulista, crime ocorrido em maio de 2017 no bairro Novo Umuarama.
Na madrugada daquele domingo, ele foi encontrado por policiais militares caído na rua Valparaíso, após denúncia de que no local estaria ocorrendo o linchamento de um homem que teria mostrado o órgão genital para uma criança.
A vítima apresentava ferimentos na cabeça, com bastante sangramento, e tinha ao lado, um bloco de concreto também sujo de sangue, além de diversos pedaços de blocos de cerâmica quebrados. Paulo Cesar chegou a ser levado para atendimento médico, mas não sobreviveu.
Segundo a denúncia, três anos antes de ser morto, ele supostamente teria abusado sexualmente de um adolescente com retardo mental, que é filho de Carina Marques Trindade, que é uma das rés. Os outros réus são Roberto da Silva Claudino, Washington Luís Alberto Moura e Paulo José da Silva Claudino, que são tios do então adolescente, e Dener dos Santos Silva Claudino, primo do menino.
Festa
Ainda de acordo com a denúncia, a investigação apurou que na ocasião, os réus participavam de um churrasco na casa de Carina, em comemoração ao aniversário dela. Durante a festa o adolescente teria revelado que havia sido abusado sexualmente pela vítima do homicídio, o que levou os réus a decidirem matá-la, por vingança.
Na ocasião, Dener e Roberto saíram em busca de Paulo Cesar, tendo ido inicialmente à casa da mãe dele. Informados de que o filho dela estaria em um terreiro de candomblé, os dois foram ao local, o encontraram e o convenceram a entrar no carro, chamando-o para conversar com o pai do adolescente.
Espancamento
Quando chegaram onde o restante do grupo estava, os réus passaram a questionar a vítima sobre o suposto estupro e, de acordo com eles, Paulo Cesar teria confessado o crime. Diante da suposta confissão, Carina teria iniciado as agressões, sendo seguida pelos demais denunciados.
Consta na denúncia que a vítima foi agredida com socos, chutes, pauladas e pedradas desferidos pelos cinco réus, tendo como alvo principal a cabeça, vindo a morrer em função de traumatismo cranioencefálico.
Denúncia
Os réus foram denunciados por homicídio qualificado pelo motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Em depoimento à polícia, Carina confirmou as informações, inclusive de que teria agredido a vítima com trapas e socos, mas alegou que outras pessoas que não sabia identificar, teriam desferido as pauladas e pedradas.
Já em juízo, a mulher negou as agressões e afirmou que após o filho dela relatar o suposto abuso durante a festa de aniversário dela, ninguém teria saído à procura de Paulo Cesar. Em juízo os demais réus confirmaram que estavam na festa, que houve a revelação do suposto abuso, mas também negaram as agressões.
O julgamento está marcado para começar às 9h, no Fórum de Araçatuba, e os cinco réus estão em liberdade com relação a esse processo. Porém, um deles está preso, devido a outro processo.