Justiça & Cidadania

‘Caíque do Água Branca’ volta ao banco dos réus em julgamento por tentativa de homicídio

Acusado de mandar matar irmão de um amigo de infância; um dos acusados de executar o crime também será julgado
Lázaro Jr.
19/08/2025 às 10h43
Armas que teriam sido utilizadas no crime foram apreendidas pela Polícia Civil (Foto: Divulgação) Armas que teriam sido utilizadas no crime foram apreendidas pela Polícia Civil (Foto: Divulgação)

O Tribunal do Júri de Araçatuba (SP) se reunirá na próxima quinta-feira (21) para julgamento de Caíque Junio de Souza Soares, 30 anos, o "Caíque do Água Branca”, acusado de ser o mandante de uma tentativa de assassinato ocorrida em abril de 2020. A vítima é um pintor com 24 anos na época, que revelou em juízo ter sido atingido por cerca de 20 tiros, sofrendo lesões nas pernas, braços, peito e na cabeça.

 

Apontado como líder do tráfico de drogas no bairro Água Branca, Caique já foi condenado a 11 anos e 8 meses de prisão, em agosto de 2023, após ser denunciado por quatro tentativas de homicídio ocorridas em 31 de agosto de 2019, no bairro Vista Verde.

 

Na sessão de quinta-feira, também deve ser julgado Daniel Barbosa de Souza, apontado como um dos executores do crime. Eles serão julgados agora porque recorreram contra a pronúncia na ocasião.

 

O outro executor, de acordo com a denúncia, é Davi Moura de Oliveira, que foi julgado em outubro de 2023 e condenado a 9 anos e 4 meses de prisão por participação nessa tentativa de homicídio. Antes, em fevereiro de 2023, ele havia sido condenado a 12 anos de prisão pelo assassinato do tatuador Gabriel Marcos da Silva, 26, crime ocorrido em março de 2020, dentro do estúdio da vítima, também no bairro Água Branca.

 

Tentativa

 

No caso da tentativa de homicídio que será julgada nesta quinta-feira, consta na denúncia do Ministério Público que Caíque foi amigo de infância do irmão da vítima. Porém, os dois se envolveram com o tráfico de drogas e passaram a disputar pelos pontos de comércio de entorpecentes nos diversos bairros de Araçatuba. 

 

Em função dessa disputa, Caique teria passado a ameaçar o antigo amigo de infância e toda a família dele, inclusive a vítima. Ainda de acordo com a denúncia, sendo líder do tráfico no bairro Água Branca, ele resolveu matar a vítima.

 

Tiros

 

Para consumar o ato, ele teria ordenado que Daniel e Davi executassem o crime. Diante da ordem, no final da tarde de 4 de março de 2020, os dois réus teriam seguido até o local de trabalho da vítima em um VW Gol, conduzido por um adolescente.

 

Segundo a denúncia, Daniel portava um revólver preto, enquanto Davi estava de posse de uma pistola calibre 380 prata. Chegando no local de trabalho da vítima, os dois teriam desembarcado do veículo e feito vários disparos no pintor, que foi surpreendido quando lavava um carro.

 

Ferimento

 

Consta na denúncia que o pintor teve ferimentos no peito, no rosto, na região cervical esquerda, no abdome, na bacia e na perna direita. Apesar de ter sido socorrida, ficou caracterizada lesão corporal de natureza grave.

 

Os acusados de autoria de crime fugiram junto com o adolescente após os disparos. Porém, durante a investigação da Polícia Civil, Davi foi preso temporariamente e, na ocasião, foi apreendida uma pistola calibre 380 prata com numeração raspada e um revólver calibre 38 preta, armas que teriam sido utilizadas na tentativa de homicídio.

 

Denunciados

 

Com a conclusão do inquérito, os três foram indiciados e denunciados por homicídio tentado qualificado pelo motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, sendo Caique apontado como mandante do crime.

 

Além disso, eles também foram denunciados por corrupção de menor, por terem envolvido o adolescente que conduzia o carro que os levou ao local de trabalho da vítima para a execução do crime.

 

Negaram

 

As defesas dos réus foram contrárias à pronúncia e pediram a absolvição, alegando não haver provas da participação deles no crime; Em juízo, os três negaram participação na tentativa de assassinato.

 

Porém, ouvida em juízo, a vítima reconheceu os autores dos disparos como sendo os acusados Davi e Daniel, que teriam descido do carro conduzido por um adolescente, identificado posteriormente.

 

Diante disso, a Justiça decidiu que os três deveriam ser julgados pelo Tribunal do Júri e a sessão está prevista para começar às 9h. Os dois réus tiveram as prisões preventivas decretadas e aguardam julgamento presos.

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