O Tribunal do Júri de Araçatuba (SP) se reúne nesta quinta-feira (15) para o julgamento de Ivan Henrique da Silva Bento, denunciado por tentativa de feminicídio cometida contra a ex-companheira dele, em outubro de 2019. O réu chegou a ficar preso por 2 anos e teve a liberdade concedida com a sentença de pronúncia.
Nela consta que o casal convivia havia cerca de 1 ano e 4 meses e tinha um filho com 3 meses de vida. Bento, que seria usuário de bebidas alcoólicas e de entorpecentes, constantemente agrediria a companheira tanto verbal como fisicamente. Ele havia sido preso em flagrante duas semanas antes, justamente após ameaçar e agredir a vítima, mas havia sido beneficiado com a liberdade provisória durante audiência de custódia.
Agressões
Na noite 1º de outubro de 2019 ele teria chegado embriagado na residência do casal, que ficava no bairro São José, e passado a questionar a mãe do filho dele de suposta traição e também por não ajudar com as despesas da família. Na sequência, teria se apossado de um facão de cortar cana e passado a fazer ameaças de morte à vítima.
O clima tenso permaneceu até a madrugada, quando tiverem início as agressões. A mulher teria recebido socos e chutes no corpo e no rosto e o punho e as costas feridos com cortes de facão. Já ao amanhecer, ele mandou a vítima ir à casa da mãe dele, para chamar um irmão dele para ajudá-lo no trabalho.
Mais agressões
De volta à residência do casal, a mulher teria sido novamente agredida ainda na rua, na frente do cunhado, recebendo golpes com a lateral do facão, puxões de cabelo e tapas no rosto. Já dentro de casa ela foi agarrada pelo pescoço e esganada. Além disso, o réu teria batido a cabeça dela contra a parede, na frente da filha dela.
A Polícia Militar foi acionada por populares e a equipe teria surpreendido Bento ainda segurando o pescoço da jovem com as mãos. Ele foi preso em flagrante e a vítima levada para atendimento médico na Santa Casa local.
O réu foi denunciado por homicídio tentado qualificado por asfixia e por razões do sexo feminino, que é o feminícidio. Após a Justiça aceitar a denúncia a defesa pediu a desclassificação do crime para lesão corporal, mas houve o entendimento de que era caso de julgamento pelo Júri Popular, que deverá ser realizado a partir das 9h, no Fórum de Araçatuba.