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Sumiço de metralhadoras é maior furto do Exército desde 2009

No dia 10, 21 metralhadoras sumiram do arsenal do comando militar
Agência Brasil
16/10/2023 às 20h00
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O levantamento do Instituto Sou da Paz revela que o desaparecimento de 21 metralhadoras no Comando Militar do Sudeste, localizado em Barueri, na Grande São Paulo, constitui o maior furto de armas perpetrado pelo exército desde 2009. As investigações sobre o desvio continuam em sigilo, como indicado em nota emitida nesta segunda-feira (16) pelo Comando Militar.

 

Em 10 de outubro, uma inspeção no arsenal de guerra em São Paulo revelou a discrepância e o sumiço das 21 metralhadoras, sendo 13 delas do calibre ponto 50, capazes de perfurar aeronaves. O último incidente de desvio significativo ocorreu em 2009, quando sete fuzis foram roubados de um quartel em Caçapava, cidade do Vale do Paraíba. Posteriormente, os sete fuzis foram recuperados.

 

De acordo com o comando do Exército, as armas desaparecidas na semana passada estavam "inservíveis" e haviam sido retiradas para manutenção. Contudo, Bruno Langenini, gerente de projetos do Instituto, ressaltou que a alegação de que as armas estavam em manutenção não diminui o perigo que representam para a população.

 

"O fato de elas não estarem aptas para pronto disparo não reduz a gravidade desse desvio, visto que essas armas, nas mãos das pessoas erradas, podem causar enormes danos à segurança pública, não apenas em São Paulo, mas em todo o Brasil."

 

O Instituto considera que, devido à potência dessas armas, elas não são de interesse para a criminalidade comum, mas sim para o uso tático. Dada sua alta valorização, é provável que tenham sido intencionalmente direcionadas para o crime organizado. As características desse armamento sugerem seu uso em crimes relacionados a roubos a banco, ocorrências envolvendo veículos blindados ou até mesmo em operações com helicópteros, considerando sua capacidade de atingir aeronaves.

 

Além dos riscos à segurança pública, a organização destaca o desvio de recursos públicos, considerando o alto valor das armas. O Sou da Paz propõe uma revisão abrangente do controle desses arsenais, tanto pelo Exército quanto por outras instituições de segurança, incluindo as polícias Civil, Militar e Federal.

 

Entre as medidas possíveis para aumentar a segurança estão: instalação de câmeras de videomonitoramento, controle rigoroso da entrada e saída das pessoas com acesso ao arsenal e implementação de controles de acesso digitais.

 

Como medida administrativa, o exército manteve 480 militares aquartelados, proibindo-os de deixar o quartel. Todos estão sendo interrogados para auxiliar nas investigações.

 

Em comunicado, a Secretaria de Segurança Pública do estado lamentou o desaparecimento das 13 armas e informou que não foi oficialmente notificada sobre o ocorrido. A polícia Civil e Militar estão intensificando os esforços para localizar o material roubado e evitar possíveis consequências catastróficas para a população.

 

Com informações da TV Brasil.

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