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Centros de Triagem e Recuperação de Animais Silvestres ampliam rede de proteção à fauna

Uma nova unidade entrará em funcionamento, a partir do 1º trimestre de 2024, na cidade de Registro; em 2023, mais de 4,7 mil animais passaram pelo Cetras-SP
Da Redação
08/09/2023 às 15h30
Foto: Divulgação Foto: Divulgação

A pesquisa realizada pela Fundação Seade revela que, no primeiro trimestre de 2024, a Região de Araçatuba contará com um aumento significativo na capacidade de atendimento do Centro de Triagem e Recuperação de Animais Silvestres (Cetras-SP), que é uma referência tanto nacional quanto internacional na proteção e recuperação de espécies da fauna silvestre brasileira. Esse acréscimo ocorrerá com a inauguração de uma nova unidade na cidade de Registro, localizada no Vale do Ribeira.

 

A nova unidade desempenhará um papel fundamental no combate ao tráfico de animais na BR 116, uma importante rota utilizada para o comércio ilegal de animais, que conecta o Brasil de Norte a Sul. Patricia Locosque, responsável pela Coordenadoria de Fauna Silvestre (CFS) da Semil, enfatiza que a entrada em operação dessa nova estrutura em Registro ampliará significativamente a capacidade de atendimento do Cetras-SP.

 

Somente no ano de 2023, o Centro recebeu um total de 4.742 animais, sendo que 2.734 deles foram provenientes de apreensões, 686 foram entregues voluntariamente e 1.322 foram resgatados. Em 2.063 desses casos, as ocorrências foram registradas pelas polícias Militar Ambiental, Militar Rodoviária, Civil e pelo Corpo de Bombeiros. Isso demonstra a importância de um trabalho coordenado entre diferentes setores, além de destacar a relevância das ações de Educação Ambiental e Comunicação para a conscientização sobre o combate ao Tráfico de Animais Silvestres.

 

Desde sua criação em 1986, o Cetras-SP, anteriormente conhecido como CRAS-PET, já prestou atendimento a mais de 200 mil animais de 720 espécies diferentes, incluindo aves, mamíferos e répteis. Isso inclui também espécies ameaçadas de extinção, como o Sagui da serra escura (Callithrix aurita), o Pixoxó (Sporofila frontalis) e o Papagaio de cara roxa (Amazona brasiliensis).

 

A principal razão para o atendimento no Cetras-SP, além do cuidado com animais apreendidos devido ao tráfico, é decorrente do impacto das ações humanas no meio ambiente, incluindo atropelamentos, lesões causadas por linhas de pipa com cerol e órfãos. Muitos pássaros, como canários, curiós, trinca-ferros, papagaios, araras e periquitos, ainda são capturados na natureza e vendidos como animais de estimação, resultando na morte de 90% desses animais, geralmente filhotes, devido aos maus-tratos durante a captura, transporte e falta de cuidados adequados. O papel dos centros de triagem é crucial para interromper esse ciclo, oferecendo uma segunda chance a esses indivíduos.

 

Os animais que chegam ao Cetras-SP passam por um processo de reabilitação, que envolve cuidados com o bem-estar psicológico, físico e comportamental das aves, mamíferos e répteis. Muitas vezes, são necessárias intervenções clínicas e cirúrgicas, treinamento de voo, readaptação à caça de alimentos e reintegração de animais em grupos antes de serem devolvidos com segurança à natureza.

 

Os resultados desse esforço, que serão ampliados com as novas unidades, incluem histórias de sucesso, como a reinserção de 238 jabutis na caatinga do Nordeste após anos em ambiente doméstico, a recuperação e devolução à natureza de quatro preguiças que sofreram atropelamento em rodovias estaduais e o nascimento de filhotes de 60 ovos de psitacídeos, que estavam sendo ilegalmente transportados para Xangai, na China, e foram mantidos em incubadoras no centro.

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