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Brasileira árabe-cristã que vive em Israel teme guerra em larga escala

Em Nazaré há 20 anos, Soraya tem dormido em um bunker com a família
Agência Brasil
13/10/2023 às 18h20
Foto: Almog/Wikipédia Foto: Almog/Wikipédia

Os ataques do Hamas no sul de Israel no último fim de semana e a subsequente ofensiva israelense em Gaza viraram de cabeça para baixo as vidas daqueles que moram na região de conflito. Vivendo na cidade israelense de Nazaré há 20 anos, Soraya Zaher teme pela vida de sua família.

 

A história da comerciante com o Brasil começou com a fuga de seu avô, um árabe cristão, da cidade de Nazaré durante a guerra da independência em 1948. Anos depois, Soraya voltou para conhecer a terra de seus ancestrais. A viagem deveria durar apenas seis meses, mas após aceitar o pedido de casamento de um primo distante, também árabe cristão e cidadão israelense, decidiu fazer de Nazaré, cidade onde Jesus Cristo teria passado grande parte de sua vida, sua nova morada.

 

A união gerou quatro filhos, três meninas e um menino, com idades entre 3 e 16 anos. Até a semana passada, Soraya estava animada com suas perspectivas futuras, já que havia aberto recentemente uma loja de roupas femininas na cidade onde mora, localizada no norte de Israel.

 

Apesar de morar longe da Faixa de Gaza, Soraya teme uma guerra em larga escala, com ataques vindos do Hezbollah, no Líbano, da Síria e do Irã. "Desde que tudo começou, estamos dormindo no bunker, o quarto à prova de bombas. Eu e meu marido achamos que era melhor estarmos todos lá, especialmente durante a noite. Durante o dia, também ficamos lá o máximo que podemos. E quando percebemos que está muito estressante, saímos um pouco", conta Soraya.

 

Ela não tem certeza se quer voltar ao Brasil, onde parte de sua família está, ou se permanece em Israel, onde está toda a sua vida, incluindo seu negócio recém-inaugurado, e onde provavelmente ficará seu marido. "Se decidirmos ir, meu marido provavelmente não irá. Nos separarmos fisicamente seria muito ruim para nossos filhos. O medo de ir para o Brasil é o mesmo de ficar. Não sabemos realmente o que vai acontecer", afirma Soraya.


Por: Agência Brasil - Rio de Janeiro

 

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