Atletas da região de Araçatuba (SP) se destacaram no campeonato de fisiculturismo Montalvão Classic 2023, que foi realizado no último sábado (9), em São José do Rio Preto (SP). Cerca de 200 atletas de diversos lugares do Brasil participaram da competição. A reportagem do Hojemais Araçatuba conversou com alguns atletas que receberam troféus.
No meio de tantos fisiculturistas, alguns atletas de Araçatuba e região se destacaram, como é o caso do araçatubense Henrique Bombarda, de 16 anos, que foi vice-campeão na categoria bodybuilding sub-Jr.
"Foi muito gratificante participar desse campeonato. Eu não achava que teria resultados tão expressivos assim, pois foi um tempo curto para eu me preparar. Normalmente são 12 meses e eu fiz tudo em quatro semanas. Dei meu 100% em absolutamente tudo, nos treinos, nos cárdios (exercícios aeróbicos) e na dieta. Ter sido vice-campeão com 16 anos, sendo o mais novo na categoria em que eu subi, que é até 19 anos, foi muito legal e gratificante. Estou feliz com o resultado”, afirmou o atleta.
Genilson Souza da Costa, 48 anos (Foto: Divulgação)
Mas não para por aí. Aos 48 anos e quebrando diversos tabus, o atleta estreante no fisiculturismo Genilson Souza da Costa, garantiu dois troféus, campeão master estreante +40 e terceiro lugar na categoria master open +40.
“O resultado foi extremamente emocionante. Por ser meu primeiro campeonato, ter me destacado dessa maneira foi uma surpresa. Eu esperava um resultado bom, mas não sabia que seria esse o resultado final. Eu estava empenhado e minha preparação foi muito bem feita com a ajuda do coach Vinicio Sônego, meu treinador Anderson Corrêa, e o apoio dos meus filhos e esposa” .
Região
Aos 23 anos, o atleta Esdras Fernando, morador de Guararapes (SP), ‘roubou a cena’ desde o momento em que chegou na competição. Enquanto realizava a pintura corporal no backstage, outros atletas se espantaram ao ver o físico que ele apresentaria no campeonato.
Esdras Fernando, 23 anos (Foto: Divulgação)
O fisiculturista contou que não imaginava que conseguiria competir este ano, por ter sofrido um acidente na véspera do Natal, em 2022.
“No começo achei que tinha sido só um susto, mas quando recebi a notícia que era uma fratura e não poderia andar por um tempo, meu mundo desabou ali. Fiquei três meses sem poder andar e sem treinar. Eu nem pensava em competir este ano, pois achava que não daria tempo de recuperar o tempo perdido. Quem mais viu potencial em mim mesmo pós acidente foi o Sônego. Se não fosse ele, eu não teria competido no Montalvão” , afirmou.
O atleta que garantiu dois troféus, sendo o de vice-campeão na categoria Jr. até 24 anos e campeão na Mens Extreme, falou da surpresa e satisfação em levar os troféus para casa.
“No momento que recebi o troféu de segundo lugar foi simplesmente uma explosão de felicidade, muitas emoções, principalmente porque nesse mesmo momento, eu lembrei do acidente e vi que consegui superar aquele obstáculo em tão pouco tempo. Na segunda disputa, no momento em que vi que estava entre o top 3 da Extreme eu já estava muito feliz, mas quando me consagrei campeão da categoria eu fiquei desacreditado, eu só queria chorar por não acreditar que aquilo realmente estava acontecendo. Foi a melhor sensação que já tive” , relembra Esdras.
Mais troféus
A vitória dos atletas que tem como coach o araçatubense Vinicio Sônego não para por aí. Outros dois competidores da cidade de Catanduva (SP) também foram premiados. Um deles é Eraldo Alexandre Raimundo Júnior, mais conhecido como Jr. Alexandre, de 29 anos.
Jr Alexandre, 29 anos (Foto: Divulgação)
No fisiculturismo há dois anos, ele já participou de sete campeonatos conquistando 14 troféus: 2 Overall (para ganhar o Overall, o atleta precisa ser campeão da sua categoria e disputar contra os outros campeões para ver quem será o melhor); seis top 1; quatro top 2; um top 3; e um campeão do povo (maior torcida).
“As pessoas se impressionam com a nossa constância na dieta e no treinamento. Eles acham que essa é a maior dificuldade, porém eu penso diferente. Treinar e fazer dieta é o mínimo que um atleta de fisiculturismo precisa fazer. Para mim, a maior dificuldade é sentir que perco alguns momentos com minha família e principalmente com minha filha. As vezes, na reta final, deixo de levá-la em algum lugar como por exemplo tomar um sorvete porque eu não posso tomar e meu nível de estresse mental está alto. Isso me chateia um pouco, mas ela com apenas 3 anos parece que entende muito bem a minha vida de atleta, um dia ela estava comendo um brigadeiro e eu disse, ‘dá um pedaço para o papai?’ Ela respondeu, ‘não papai, assim você não vai ser campeão’” , conta o atleta.
O campeão da categoria Mens Physique, em algumas federações conhecida como Bermuda Beach model ainda disse que “um dia cheguei em casa após ser campeão em um campeonato, mostrei o troféu para minha filha e ela disse ‘papai, eu vou treinar bastante pra ser campeã’, a emoção que senti não vou saber descrever” , completou.
Alexandre falou ainda sobre a eletrizante disputa do Overall, um momento de tensão não somente entre os atletas, mas entre os árbitros para chegarem em um consenso de quem venceria.
“Na disputa do Overall foi incrível, os árbitros me tiraram do canto e me colocaram no centro, geralmente isso significa que está ganhando. O atleta que confrontei diretamente no Overall é um atleta de bagagem que já ganhou grandes campeonatos, entre eles o Arnold Classic, um dos maiores campeonatos amadores. Os próprios árbitros disseram ‘desculpem atletas, estamos demorando porque vocês causaram uma grande discussão entre nós’, ou seja, nem eles estavam conseguindo decidir. Acredito que o campeão foi escolhido por detalhe, e isso me deixou muito feliz, pois o atleta que ganhou de mim venceu campeonatos que eu almejo pisar, e ter entrado nessa disputa acirrada significa que eu estou muito próximo do meu objetivo. Vou continuar trabalhando duro pra disputar com os melhores atletas do fisiculturismo” , finalizou.
Mateus Colabone, 30 anos (Foto: Divulgação)
O atleta estreante Mateus Colabone, 30 anos, morador de uma cidade que é distrito de Urupês (SP), voltou para casa como vice-campeão e uma medalha. Colabone conseguiu se destacar e ganhou o 2º lugar na categoria bodybuilder estreante a cima de 1,75 cm.
"Tem vários momentos complicados para um atleta de fisiculturismo; não é nada fácil a preparação. Para mim, o mais difícil foi a restrição de alimentos. Eu sentia bastante fome, mas teve períodos que era necessário ficar algumas horas sem comer. Porém, quando eu peguei o troféu na mão, acabei até esquecendo de como a preparação foi árdua. Fiquei muito feliz com o resultado. Senti que todos os meus esforços foram compensado ali, naquele momento. Sem dúvida nenhuma, Foi a melhor sensação do mundo".
Vinicius Tokushige, 24 anos (Foto: Divulgação)
Para encerrar, Vinicius Tokushige, de 24 anos, também de Catanduva (SP), deu um show e ficou no top 4 na categoria Sungão até 1,72 cm e top 2 na Bermuda Jr. até 24 anos.
"Fiquei muito feliz por ter levado o troféu de vice-campeão. Meu objetivo era ser campeão, mas só de estar em segundo ali eu já fiquei muito feliz. Fiquei com uma sensação de trabalho bem feito. Quando eu ganhei quarto lugar na categoria Sungão, já estava de bom tamanho para mim, principalmente por estar competindo com nove atletas mais velhos do que eu e, na minha visão, muito melhores que eu" .
Tokushige contou que faz musculação desde a adolescência e isso o motivou a entrar para o fisiculturismo, principalmente após começar a observar as mudanças no físico. O atleta comentou ainda sobre as dificuldades antes de competir. Para ele, uma das piores partes é a emocional.
"Acredito que a parte mais difícil em uma preparação é o emocional e lidar com as pessoas ao redor. Eu tento sempre manter um carisma, porque ninguém que está a sua volta tem a ver com sua vida ou com as suas decisões, então você não pode deixar a preparação afetar o seu emocional e fazer com que você desrespeite as pessoas ou trate elas mau. Essa é a parte mais difícil na minha opinião" , finaliza.