Educação

Acadêmicos voltam sensibilizados após experiência no Rio Grande do Sul

Universitários que participaram da Missão Humanitária "Saúde não espera!” fizeram questão de agradecer ao Unisalesiano pela oportunidade
Lázaro Jr.
04/06/2024 às 09h38
Integrantes da Missão Humanitária receberam a imprensa nesta segunda (Foto: Lázaro Jr.)  Integrantes da Missão Humanitária receberam a imprensa nesta segunda (Foto: Lázaro Jr.) 

"O que eu vou levar dessa experiência é saber que a gente dá conta, porque as vezes a gente duvida que é capaz. E se a gente deu conta sem ter recurso, imagine o que a gente dá conta tendo recurso?".

 

Esse foi o relato da estudante de enfermagem Beatriz Dessotti Cirilo, que participou do grupo de 37 pessoas do Unisalesiano que estiveram por duas semanas em Porto Alegre (RS), na Missão Humanitária "Saúde não espera!”, promovida pelo Unisalesiano de Araçatuba (SP).

 

Ela enalteceu a iniciativa da instituição e acrescentou que acredita que o centro acadêmico irá formar maravilhosos profissionais médicos, tanto na parte acadêmica como na parte pessoal.

 

O grupo que atendeu as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul retornou à cidade na madrugada de domingo (2) e alguns universitários receberam a imprensa, junto com os organizadores da missão e dos médicos que participaram da iniciativa. E todos foram unânimes em destacar o quanto essa experiência fez com que eles passassem a ver a vida de forma mais humana.

 

Vulnerabilidade

 

A acadêmica de Medicina Beatriz Parpinelli Scarpin comentou no dia a dia do curso os universitários já têm essa percepção da diferença de realidade entre eles e os moradores na periferia ao realizar as visitas nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde), atividade que faz parte da grade curricular.

 

Porém, destacou que durante a missão, essa diferença ficou ainda mais contrastante. "A gente vai nas UBSs e vê a diferença de realidade nossa para com as outras pessoas. Só que lá (no Rio Grande do Sul) foi muito intensa, foram duas semanas e a vulnerabilidade (das pessoas) vêm muito antes da enchente", comentou.

 

Ela acrescentou que foi possível praticar a empatia de forma tão intensa durante duas semanas e se colocar no lugar daquelas pessoas, que sequer sabem quando poderão voltar para casa e saber que muitas não voltarão, porque não têm mais casa. "Eu não consigo definir em uma frase o que isso vai mudar na minha formação, é gigantesco. E esse foi um dos motivos que eu não exitei em participar da missão", contou.

 

Beatriz fez questão de destacar o papel do Unisalesiano, que ofereceu todas as condições para que os acadêmicos pudessem viver essa experiência, enquanto muitas outras instituições de ensino não ofereceram essa oportunidade para os alunos. "Então, o nosso papel era aceitar", afirmou.

 

Continuar

 

Também estudante de Medicina, Julia da Silva Zeffiro comentou que como estudante, muitas vezes há dúvidas sobre o futuro. Porém, afirmou que após participar da Missão Humanitária, ela voltou com a certeza de que está fazendo a coisa certa e precisa continuar.

 

"O que ficou pra mim, dessa experiência, de ficar tão perto da fragilidade humana, é que eu preciso continuar. Eu não sei direito o que vai ser no futuro, de alguma forma eu preciso continuar, em preciso voltar lá, eu preciso ir a outros lugares desse, mas eu preciso continuar", declarou.

 

Já o acadêmico de Medicina João Pedro Teixeira de Queiroz destacou que experiência vivida por ele foi importante para mostrar que deve confiar naquilo que está apreendendo, pois nem sempre será haverá recursos para fazer um diagnóstico com base em exames e laudos, e a ouvir mais as pessoas.

 

"Tem essa questão também, de as vezes você estar atendendo alguém e pensar só na doença, e não, ali tem uma pessoa, quem sabe que é só conversar para arrumar o dia dela, a depressão dela, as vezes ela quer ser ouvida", comentou.

 

Emoção

 

O coordenador do Curso de Medicina do Unisalesiano, o médico Antônio Poletto, não conteve as lágrimas diante do depoimento dos acadêmicos e afirmou que isso gera muita esperança na solidez da formação oferecida pela instituição.

 

"A gente fica muito feliz de ver a solidez na formação de médicos salesianos, a maneira como eles acollheram esse projeto. E acreditem, tem muita gente que ficou triste porque não foi, porque tinha muita gente querendo ir. Muita gente! Mas a gente conseguiu levar só 21 acadêmicos de medicina e mais os da enfermagem", explicou.

 

Coordenador da Missão Humanitária, o médico Ângelo Jacomossi comentou que a experiência vivida pelos acadêmicos no Rio Grande do Sul serviu para mostrar o potencial humano que eles têm. Ele comentou que muitas vezes, durante a graduação, os estudantes acreditam que só serão úteis tecnicamente, mas o curso de medicina e de enfermagem são instrumentos a mais que podem ser utilizados para promover a interação humana.

 

"Isso ficou muito claro para todos durante a missão, que eu não sou só o médico, não sou o enfermeiro, sou uma pessoa que tem experiências próprias, que tem empatia, esse potencial foi revelado de maneira bem rápida e bem clara nesses dias, que foram bem marcantes nas vidas de todos nós", declarou.

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