Economia

Unidade do Grupo DOK em Sergipe tem nova demissão em massa

Segundo o sindicato da categoria, foram demitidos 644 trabalhadores; ainda não há informações sobre número de demitidos em Birigui
Lázaro Jr.
23/02/2024 às 08h52
Fábrica de calçados do Grupo DOK em Frei Paulo (Foto: Reprodução TV Sergipe) Fábrica de calçados do Grupo DOK em Frei Paulo (Foto: Reprodução TV Sergipe)

Mais de 600 trabalhadores foram demitidos da unidade do Grupo DOK em Frei Paulo (SE) nesta quinta-feira (22), de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Calçados, Fiança e Tecelagem. Foi a segunda demissão em massa em um ano.

 

A empresa havia divulgado nota na tarde de quarta-feira (21) comunicando a demissão de parte dos trabalhadores da unidade de Birigui, onde ficaria a sede administrativa do grupo. Porém, não informou sobre o número de demitidos.

 

Após a publicação da matéria sobre a nota divulgada à imprensa, a reportagem foi informada pelo sindicato que em Sergipe, o Grupo DOK havia comunicado para esta quinta-feira, o desligamento de 644 trabalhadores. Com isso, menos de 200 colaboradores permaneceriam na ativa.

 

Consultado nesta quinta-feira, o presidente do sindicato, Roneclecio Alves da Cruz, confirmou que os trabalhadores demitidos foram à fábrica hoje apenas para assinar o aviso prévio.

 

Procurada, a assessoria de imprensa do Grupo DOK confirmou o desligamento de funcionários na fábrica de Frei Paulo, tendo como motivação os mesmos motivos das demissões em Birigui, informados na nota divulgada na quarta-feira.

 

Crise

 

Esta é a segunda demissão em massa realizada pelo Grupo DOK em um ano. No início de fevereiro de 2023, foram dispensados 500 trabalhadores em unidades fabris no Estado de Sergipe, onde a empresa chegou a ter 1.800 funcionários. Na ocasião, foram demitidos 320 funcionários da fábrica instalada em Frei Paulo e 180 do município de Salgado.

 

O Grupo DOK tem sede em Birigui e é dono das marcas próprias DOK, Dijean e Bical. Ele também é detentor do licenciamento da marca Ortopé. Alegando uma dívida de R$ 400 milhões, que teria sido contraída após a aquisição da marca Esposende, negócio que incluiu 48 lojas e um centro de distribuição, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça de Sergipe e o processo foi aceito em fevereiro de 2023.

 

Entretando, escritórios que representam credores do grupo também acionaram a Justiça acusando a empresa de fraude mediante a emissão de notas frias para obtenção de crédito financeiro.

 

E foi atendendo a pedido de um desses escritórios, que em novembro, o TJ-SE (Tribunal de Justiça de Sergipe) suspendeu o processo de recuperação judicial para analisar mais detidamente sobre a competência de julgamento do processo entre Frei Paulo ou Birigui.

 

Nota

 

Na nota divulgada à imprensa na quarta-feira, o Grupo DOK argumenta que as demissões são em consequência do grave cenário macroeconômico e dos desafios enfrentados pela indústria calçadista nacional, mas também deve-se à suspensão do processo de recuperação judicial.

 

“Entretanto, por decisão unilateral conferida em 17 de novembro de 2023 pelo Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe, a recuperação judicial do Grupo DOK está suspensa. Com isso, fornecedores, clientes e demais players recuaram no fomento da empresa, o que ocasionou em queda no faturamento e piora da estrutura de capital da empresa”, informa a nota.

 

A empresa afirma que espera reverter essa decisão em breve, acrescentando que a suspensão do processo de recuperação prejudica o próprio grupo, os trabalhadores e credores sujeitos à recuperação judicial.

 

“A empresa informa ainda que está trabalhando ao máximo para que a redução dos postos de trabalho resulte no menor impacto possível para as comunidades e que esta foi a última opção após a adoção de uma série de medidas para evitá-las”, finaliza a nota.

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