Economia

Mutirões de catarata e pterígio na Santa Casa de Araçatuba atendem mais de 130 pacientes

No total, 100 pessoas, a maioria de Araçatuba, aguardavam há pelo menos seis meses para realizar o procedimento
Da Redação
20/05/2025 às 17h54
Foram realizados nos dias 8, 9 e 15 deste mês de maio (Foto: Divulgação) Foram realizados nos dias 8, 9 e 15 deste mês de maio (Foto: Divulgação)

Salete Gomes de Gama, 75 anos, de Araçatuba (SP), é uma dos mais de 130 pacientes que foram operados durante os mutirões de cirurgias de catarata e pterígio realizados nos dias 8, 9 e 15 deste mês de maio, na Santa Casa da cidade.

 

Ela havia operado o olho esquerdo no mês de abril e retornou no dia 8 deste mês para operar o outro, "esperando que fique tão bom quanto o olho operado ficou”. Com planos de “ler, fazer serviços de casa e ser feliz”, a paciente foi uma das primeiras operadas na primeira manhã do mutirão.

 

O paciente Alfredo Pires, 74, de Penápolis, mora em uma instituição para idosos e nos fins de semana volta para casa. Ele também foi operado no primeiro dia do mutirão e disse que quer voltar a enxergar bem para cuidar das plantas do quintal da casa dele.

 

“O quintal é grande e tenho muitas plantações. Quero poder voltar a mexer com as minhas plantas, quero voltar a viver”, declarou para a assessoria de imprensa do hospital.

 

Fila

 

Segundo a Santa Casa, a maior demanda e tempo de espera foi de pacientes para cirurgias de catarata. No total, 100 pessoas, a maioria de Araçatuba, aguardavam há pelo menos seis meses para realizar o procedimento. 

 

Este foi o segundo mutirão realizado neste ano pelo hospital e também beneficiou pacientes que haviam operado um dos olhos em abril e retornaram para completar a cirurgia.

 

Para realizar o mutirão, foram utilizadas duas salas de cirurgia e várias equipes de profissionais, dentre médicos, enfermeiros, instrumentadores, auxiliares e técnicos de enfermagem e orientadores de trânsito de pacientes.

 

Catarata

 

Em nota, o oftalmologista Pablo Sartori Bosco explica que a catarata é uma opacidade que se instala no cristalino, que é a lente biológica do olho. “Quando isso acontece, ocorre uma queda da qualidade da visão, parcial ou total, e temos de encaminhar para cirurgia, pois não há outro tratamento efetivo para essa doença”, explica.

 

A cirurgia consiste na remoção da lente que está opaca, que é substituída por uma lente artificial, restabelecendo a visão do paciente. Segundo o médico, o procedimento dura em torno de 15 minutos e o tempo de pós-cirúrgico e da recuperação da visão depende do grau de cada catarata. "Quanto mais avançada a catarata, mais demorada a recuperação”, explica.

 

Ele informa ainda que a cirurgia é realizada de forma alternada, devido ao risco de endoftalmite, uma infecção intraocular de difícil controle, que pode acometer rapidamente os dois olhos. “Por isso, temos a cautela de operar um olho e quando estiver tudo certo, operar o segundo olho, para eliminarmos os riscos”, explica.

 

Pterígio 

 

Sobre o pterígio, o oftalmologista conta que trata-se de uma lesão benigna na superfície do olho, que consiste num crescimento fibrovascular triangular, se estendendo da conjuntiva para a córnea, geralmente no lado nasal. Conhecido popularmente como carne no olho, esse crescimento pode tapar a visão, por isso é importante retirá-lo na hora certa, segundo o especialista.

 

Ele explica que a doença ocorre com maior frequência em pacientes que ficam mais expostos aos raios solares, mas o fator genético também influencia. Além de vermelhidão nos olhos, os pacientes sentem ardência, coceira, irritação e, em alguns casos mais avançados, uma baixa visual.

 

Nesse caso, a cirurgia dura em torno de dez minutos, período em que é feita a retirada da pele e a raspagem da área atingida. “O pós-cirúrgico é um pouco difícil, pois mexemos na córnea que tem muitas terminações nervosas, e o paciente sente desconforto e ardência nos dois primeiros dias. Depois começa a cicatrização e tudo volta ao normal”, afirma. 

 

Cola

 

Segundo a Santa Casa, no mutirão realizado no hospital, ao invés de dar ponto no olho operado, o cirurgião utiliza cola biológica, que resulta em um pós-operatório mais confortável. A instituição informa que  catarata é uma preocupação de saúde pública e uma das principais causadoras de cegueira no mundo, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde).

 

Apesar de ser considerada uma patologia comum entre os idosos, também está sendo diagnosticada antes da faixa etária acima de 50 anos. “A doença compromete a qualidade de vida e até atividades simples, porém significativas, para a pessoa. Tive um paciente que o sonho dele era operar e voltar a dirigir para buscar o neto no colégio”, finaliza o médico.

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