Levantamento feito pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Birigui (SP) aponta que a cidade está recebendo cerca de R$ 2 bilhões em investimentos, que devem gerar 2 mil novos empregos diretos no município.
Os números foram apresentados pela prefeita Samanta Borini (PSD) e pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Carlos Farias, durante o 3º Café Empresarial, realizado pela Prefeitura, através da secretaria, no início da semana.
Entre os investimentos estão recursos públicos, como a construção do Hospital Estadual pelo governo do Estado e a construção das marginais da rodovia Marechal Rondon (SP-300), em todo trecho que passa pelo município.
Porém, tem ainda investimentos particulares nas áreas de operações logísticas e armazenagem, empreendimentos comerciais, de tecnologia, plataformas digitais, call centers e energia, o que segundo secretário, reflete a diversificação da economia local e a transformação no perfil da mão de obra local.
“O conjunto de investimentos confirma Birigui numa nova etapa de desenvolvimento local, conectada com a região, promovendo a atração de grandes grupos empresariais e projetos estratégicos, com forte impacto na economia local e regional, geração de empregos e ganhos de sustentabilidade com advento da parceria com a ONU (Organização das Nações Unidas) e a USP (Universidade de São Paulo)", afirma.
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Conforme divulgado, durante o Café Empresarial foi anunciado que Birigui foi selecionada para sediar um projeto pioneiro da ONU para destinação de resíduos sólidos. O diagnóstico atual do município nesse sentido deve ser apresentando em evento na COP-30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), em novembro, no Rio de Janeiro.
No mesmo encontro, houve a confirmação de que a cidade foi contemplada pela Fapesp (Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), para receber um CCD (Centro de Ciência para o Desenvolvimento) de transição energética. Ele será coordenado pelo Gepea/Poli/USP, com investimento previsto de aproximadamente R$ 10 milhões, em convênio válido por 5 anos.
Durante o encontro, Farias explicou que a ideia do CCD surgiu da necessidade de buscar instituições que poderiam dar sustentação para o desenvolvimento de Birigui. O objetivo é ter um norte, através das cadeias produtivas, de onde investir em conhecimento e pesquisa, para agregar valor, passando a oferecer vagas de emprego relacionados à inovação, sustentabilidade e tecnologias.
Estudos
Ainda de acordo com ele, ainda visando essas novas vertentes, foi constatado que Birigui tem vocação para ser um polo de operação logística. Diante disso, equipes das secretarias municipais fizeram um levantamento da rodovia Marechal Rondon até o CR (Centro de Ressocialização) e também da rodovia Deputado Roberto Rollemberg (SP-461), para diagnosticar qual o tipo de empresas que deve ser atendido.
Segundo Farias, a instalação do Centro de Distribuição da ConstruJá, do GrupoJá, instalado à margem da Rondon, já é resultado desse trabalho. O empreendimento está em fase final de construção, previsto para ser concluído até o final do ano, mas já está operando. A previsão é de que cerca de 60 caminhões circulem por dia, para atender esse novo serviço.
Outro fator importante para obter esses investimentos, de acordo com o secretário, foi a lei de incentivo aprovada pela Câmara, permitindo a redução do ISS (Imposto Sobre Serviço), o que ele considera um fator de atração de investimentos.
Apoio
Além disso, segundo Farias, a secretaria buscou apoio da Associação Brasileira de Logística, para ajudar a cidade a atrair novos empreendimento, nesse movimento que está ocorrendo do deslocamento dessas empresas da capital para o interior. “A ConstruJá foi o primeiro a enxergar e está ajudando a trazer outros para a cidade”, comentou.
Entre os empreendimentos já confirmados anunciados durante o encontro estão o Supermercado Proença, o CD da ConstruJá, a Pluma Gen, o Grupo Aval, a Usina Solar GreenYellow e a Usina Termoelétrica Oby Energy, além do Hospital Regional Alta Noroeste e as obras nas marginais da Via Rondon.
No caso da termoelétrica, ela depende da expansão da rede de distribuição de gás da Necta, antiga Gas Brasiliano, que está em fase de estudos. “A gente vai trabalhar com a ONU e com a USP, para atender esses empreendimentos com novas fontes de energia”, afirmou Farias.
Rondon
O diretor da Via Rondon, Fábio Abrita, também participou do evento e se colocou à disposição do município e dos investidores para auxiliar no que for possível. Ele comentou que desde o início da concessão já foram investidos R$ 3 bilhões em melhorias na estrada no trecho entre Bauru e Castilho, visando principalmente a redução dos acidentes.
Ainda de acordo com ele, quando a concessionária foi informada do investimento da ConstruJá, se colocou à disposição e tem sido mantida uma relação profissional e de amizade com o poder público e empreendedores. “Essa amizade de trabalho transparente, de trabalho conjunto com todos vocês, buscando o crescimento da região”, disse.