Economia

Funcionários bloqueiam portões da fábrica de Frei Paulo do Grupo DOK

Objetivo seria impedir a saída de carretas que estariam carregadas com máquinas da empresa, que está em recuperação judicial
Lázaro Jr.
09/02/2024 às 11h54
Funcionários bloqueiam os portões da fábrica do Grupo DOK em Frei Paulo (Foto: Divulgação)  Funcionários bloqueiam os portões da fábrica do Grupo DOK em Frei Paulo (Foto: Divulgação) 

Um grupo de trabalhadores na unidade fabril do Grupo DOK na cidade de Frei Paulo (SE), realiza na noite desta quinta-feira (8), o bloqueio dos portões da unidade. A empresa, que tem sede em Birigui (SP), está em processo de recuperação judicial.

 

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Calçados, Fiança e Tecelagem local acompanha a ação e informa que o objetivo é tentar impedir a saída de carretas que estariam carregadas com máquinas usadas na produção.

 

O presidente da entidade, Roneclecio Alves da Cruz, informa que a decisão de bloquear as saídas da empresa foi tomada porque na terça-feira (6) a direção do grupo teria conseguido retirar uma carreta carregada com máquinas de alto valor. “Neste momento há outras duas carretas 'escondidas' no fundo da empresa, ambas carregadas” , informa.

 

O sindicalista comenta que devido à recuperação judicial, o grupo estaria impossibilitado de desfazer do patrimônio, por isso os cerca de 300 funcionários devem permanecer nos portões da fábrica, para tentar impedir as carretas de saírem.

 

Ainda de acordo com Cruz, essas máquinas teriam tido retiradas as placas de patrimônio. Ou seja, caso deixem a empresa e instaladas em outro lugar, seria impossível identificá-las posteriormente, mesmo com determinação da Justiça.

 

Recuperação

 

O Grupo DOK foi fundado em Birigui e atua há 13 anos no mercado calçadista, tendo em seu portfólio as marcas próprias DOK, Dijean e Bical. A empresa também é detentora do licenciamento da marca Ortopé.

 

Em janeiro do ano passado um escritório contratado pela empresa recorreu à Justiça de Araçatuba para tentar suspender ações de execuções no valor de mais de R$ 9 milhões, alegando uma dívida de aproximadamente R$ 400 milhões.

 

Entretanto, houve representações de notícias crime no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) por parte de credores que representam até 90 empresas do setor financeiro, que somariam prejuízo de R$ 370 milhões, mediante fraude.

 

A empresa então apresentou o pedido de recuperação judicial na Justiça de Frei Paulo, ele foi aceito, mas foi suspenso em novembro, até que seja analisada a competência de julgamento do processo entre Frei Paulo ou Birigui.

 

Após a suspensão da recuperação judicial o Grupo DOK emitiu nota informando que existem duas decisões reforçando que Birigui não seria competente, pois a planta industrial com maior número de colaboradores está localizada em Frei Paulo, onde há o maior número de funcionários e é onde seriam tomadas as decisões administrativas, além de ter o maior faturamento.

 

Empresa

 

Na manhã desta sexta-feira (9) o Grupo Dok divulgou nota informando que a empresa garante que está aberta ao diálogo para aclarar qualquer inferência a respeito do transporte de parte de suas máquinas.

 

Ainda segundo o que foi informado, como medida para acelerar pagamentos, optou por locar os ativos que se faziam ociosos na unidade de Frei Paulo. "Entretanto, houve desistência do locatário devido às manifestações ocorridas na noite passada (9)", informa em nota.

 

O Grupo DOK informa que esses equipamentos agora estão sendo transportados para manutenção na unidade de Birigui, para possível uso ou alienação à outra fábrica local e está à disposição para quaisquer esclarecimentos dos colaboradores, sindicato ou qualquer outra parte interessada.

 

"O Grupo Dok respeita a liberdade de expressão e ressalta que sua gestão tem feito grandes esforços para conciliar o interesse comum de geração de renda e sustentabilidade do negócio. Além disso, reforça que todas as medidas que vem sendo adotadas têm sido conduzidas de forma legítima, conforme estabelecido pela legislação".

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