Diretores do Sinbi (Sindicato das Indústrias do Calçado e Vestuário de Birigui) participaram nesta sexta-feira (8), de uma reunião em São Paulo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir soluções emergenciais para questões relacionadas ao Cross Border, que é a importação direta por consumidores finais.
O sindicato de Birigui esteve representado pelos empresários Carlos Alberto Mestriner e Samir Nakad. De acordo com eles, o encontro foi liderado pelo presidente da Fiesp (Federação da Indústria do Estado de São Paulo), Josué Gomes, juntamente com o vice-presidente Rafael Cervone.
Também participaram Wayner Machado, que é diretor do Commoda (Comitê da Cadeia Produtiva da Moda), e representantes de sindicatos calçadistas de São Paulo e da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados).
Dificuldades
Mestriner explica que a indústria vem sofrendo muito nos últimos meses, o varejo vem se decompondo devido ao ambiente econômico hostil, somando à avalanche de encomendas que entram no Brasil por meio de plataformas que não são tributadas.
"O Brasil está perdendo emprego, está perndendo renda, perdendo tributos, pautado nestas importações que vêm direto para o consumidor. Não só o setor de calçados, mas o setor de confecções, de óticas, centenas de setores, estão sofrendo de uma forma como nunca foi visto", afirma.
Ele argumenta que se o setor não tiver pelo menos a igualdade de competição, haverá a perda do parque industrial brasileiro. "O governo tem ferramentas para proporcionar condições de igualdade. Não queremos nada de diferente em tributos com relação produtos que chegam, principalmente da China, por meio das plataformas internacionais", informa.
Mestriner comenta ainda que as indústrias que mais estão perdendo com o atual cenário empregam em grande maioria mulheres e estão espalhadas por todo Brasil.
Providências
Com relação à reunião, ele informa que as soluções foram possíveis devido à implementação bem-sucedida do "Remessa Conforme" pelo governo federal, que permitiu rastrear as compras de produtos importados por pessoas físicas em plataformas de compras online. “Durante a reunião, chegou-se a um consenso para ratificar o princípio da isonomia tributária em defesa da indústria, do emprego e da renda no país”, informa o empresário de Birigui.
Ainda de acordo com ele, com base no material produzido pela Fiesp, através do Decomtec (Departamento de Competitividade e Tecnologia), que embasou os parâmetros apresentados ao ministro, enfatizou-se a importância da aplicação da alíquota de 60% prevista na lei 1.804 de 3 de setembro de 1980, para as compras abaixo de U$ 50,00 (cinquenta dólares).
“A aplicação da alíquota prevista em lei, é vista como fundamental para manter a defesa do varejo, da indústria a estabilidade dos empregos e da renda no País”, finaliza Mestriner.