Economia

Conselho da Petrobras aprova retomada das obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados em Três Lagoas

Investimento estimado para conclusão é de cerca de R$ 3,5 bilhões, com previsão de início de operação para 2028
Da Redação
26/10/2024 às 11h07
Unidade de Fertilizantes Nitrogenados em Três Lagoas (Foto: Mauricio Hallberg Teixeira/Divulgação) Unidade de Fertilizantes Nitrogenados em Três Lagoas (Foto: Mauricio Hallberg Teixeira/Divulgação)

A Petrobras informou na sexta-feira (25), que o Conselho de Administração da estatal aprovou a continuidade das obras de implantação da UFN-III (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados), localizada em Três Lagoas (MS).

 

O projeto passa a integrar a carteira em implantação do Plano Estratégico vigente e a Petrobras dará início aos processos de contratação para retomada das obras da unidade, que deve receber cerca de R$ 3,5 bilhões em investimento, com previsão de início de operação para 2028.

 

Em abril, quando o então presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, participou de uma inspeção nessa Unidade de Fertilizantes Nitrogenados, foi informado que a estimativa é de que sejam gerados até oito mil empregos diretos e indiretos com as obras de finalização da planta. Municípios como Castilho e Andradina podem ser beneficiados.

 

Parada

 

A unidade estava hibernada desde 2015 e, segundo o que foi divulgado, retomada é fundamentada em criteriosa reavaliação do projeto que, à luz das premissas do Plano Estratégico 2024-2028 (PE 2024-2028), teve sua atratividade econômica confirmada para essa fase nos diferentes cenários previstos na sistemática de aprovação de projetos de investimento da Petrobras, inclusive com VPL positivo no cenário mais desafiador.

 

O processo de reavaliação do projeto começou ano passado, após aprovação do retorno da companhia ao segmento de fertilizantes, em linha com as diretrizes estratégicas aprovadas no âmbito do PE 2024-2028.

 

Licitação

 

Segundo o que foi divulgado, as contratações passarão por todas as análises necessárias, em observância às práticas de governança e os procedimentos internos aplicáveis. E a autorização final será submetida à aprovação pelas autoridades competentes da Petrobras, o que permitirá a assinatura dos contratos para retomada das obras.

 

Em nota, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, informa que o setor de fertilizantes tem importância estratégica para a empresa. “Estamos retomando os investimentos nesse segmento, a partir de estudos de viabilidade técnica e econômica, com o objetivo de ampliar nosso mercado de gás e contribuir para a redução da dependência da importação de fertilizantes no Brasil”, afirma. 

 

Sobre o Projeto UFN-III

 

O projeto da UFN III prevê a produção anual de cerca de 1,2 milhão de toneladas de ureia e 70 mil de toneladas de amônia. A unidade localiza-se próxima aos principais mercados consumidores destes produtos e atenderá majoritariamente os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e São Paulo.

 

A localização estratégica traz mais confiabilidade em relação às alternativas de suprimento deste mercado, cuja demanda por ureia fertilizante apresenta tendência de crescimento.

 

“Com o aumento da oferta dos produtos gerados na UFN-III e a sua localização privilegiada, próxima aos principais consumidores do Centro-Oeste, Sul e Sudeste, estamos seguros da importância da unidade para a região e o país”, comenta o diretor de Processos Industriais da Petrobras, William França.

 

Eficiência

 

O projeto apresenta modernos equipamentos e tecnologias em produção de fertilizantes, resultando em elevada eficiência da planta. A amônia é uma matéria-prima para a produção de fertilizantes e petroquímicos, além de outros produtos agropecuários; e a ureia é o fertilizante nitrogenado mais utilizado no Brasil, cuja demanda nacional é estimada em cerca de 7 milhões de toneladas para 2024, sendo integralmente importada atualmente.

 

O milho é a principal cultura para demanda de ureia fertilizante no Brasil, mas o produto também é utilizado no cultivo de cana-de-açúcar, café, trigo e algodão, entre outros. A ureia também será destinada ao segmento da pecuária, utilizada como complemento alimentar para animais ruminantes.

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