Cultura & Turismo

Velhice negra ganha protagonismo em exposição

“quando eu me chamar saudade” estreia em Araçatuba no próximo dia 6 de setembro, no saguão da Biblioteca Municipal Rubens do Amaral
Da Redação
01/09/2025 às 18h31
Foto: Rafaela Cândido  Foto: Rafaela Cândido 

A exposição “quando eu me chamar saudade” será aberta ao público às 10h do próximo sábado (6), no saguão da Biblioteca Municipal Rubens do Amaral, em Araçatuba (SP). Idealizada pela fotógrafa, cineasta e gestora cultural Rafaela Cândido, a mostra reúne fotografias que retratam sete pessoas negras com mais de 60 anos, destacando suas histórias, corpos e memórias como presenças vivas e não como relíquias do passado.

 

Ela integra o projeto transmídia “quando eu me chamar saudade”, que inclui ainda webdoc, que tem estreia prevista para novembro deste ano. A iniciativa busca preservar e celebrar as vivências de pessoas negras idosas e transformá-las em acervo visual e poético.

 

Em nota, Rafaela informa que quis criar um espaço onde a velhice negra não fosse vista só pela lente da falta ou da dor. “Se ainda há ausência de representatividade entre crianças, jovens e adultos negros nas artes, o que esperar então da velhice?”, questiona.

 

Para ela, também é preciso celebrar a alegria, a força e a leveza do viver, antes que vire saudade. "É vida presente”, acrescenta.

 

Números

 

Ela comenta ainda que segundo dados do IBGE/2022 (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil vive um rápido processo de envelhecimento populacional: para cada 100 jovens, há 55 idosos. 

 

Porém, mesmo compondo 53,6% da população geral, pessoas negras correspondem a apenas 48% da população idosa, disparidade que evidencia desigualdades históricas e sociais que a exposição pretende colocar em debate, de acordo com Rafaela.

 

Por fim, informa que o projeto foi inspirado na canção de Nelson Cavaquinho, que dá título à mostra, e reafirma a memória como campo fértil e dinâmico, onde resistência e afeto caminham juntos. “Cada registro é um encontro, um convite para reconhecer o que tantas vezes foi invisibilizado. Aqui, a memória não se encerra. Ela pulsa, se reinventa e continua abrindo caminhos”, conclui.

 

Serviço

 

Exposição “quando eu me chamar saudade”

Abertura: 6 de setembro (sábado), às 10h

Local: Biblioteca Municipal Rubens do Amaral – Saguão (Araçatuba/SP)

Entrada gratuita

Realização: PNAB (Política Nacional Aldir Blanc), Iranti Produtora, Secretaria Municipal de Cultura, Ministério da Cultura, Governo Federal

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