A escritora Rafaela Tavares Kawasaki, que nasceu e cresceu em Araçatuba (SP), mas atualmente mora em Curitiba (PR), lança na próxima sexta-feira (14), às 17h30, a seu primeiro livro de poemas, "Memórias de água" (Telaranha, 2025).
O evento gratuito será realizado no Mupa (Museu Paranaense) e terá uma roda de conversa com participação da autora, da editora Bárbara Tanaka, da artista visual Lucí A Guerra e mediação da tradutora e doutora em Estudos Literários Emanuela Siqueira.
O lançamento disponibilizará acompanhamento com tradução em Libras. O livro foi realizado por meio de um projeto aprovado pela Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, com apoio da Lei Paulo Gustavo. A obra também ficará disponível no site da editora, com valor acessível para o restante do Brasil.
Obra
“Memórias de água” explora as dimensões da memória, do lembrar e do esquecer. Os poemas de Rafaela abordam desde aspectos orgânicos, como as atividades do hipocampo - estrutura do cérebro humano que desempenha um papel importante na formação de novas memórias -, até reflexões pessoais, como recordações de infância, lembranças “emprestadas” de outras pessoas, o medo do esquecimento, a relação das identidades com acontecimentos históricos e o papel da memória nas relações familiares.
O tema da memória está no centro do trabalho da autora há bastante tempo. A ideia principal e os primeiros poemas do livro nasceram em uma oficina de escrita sobre obsessões, ministrada pela escritora Julia Raiz. Ao mesmo tempo em que Kawasaki reconheceu rapidamente a memória como sua obsessão, também observou a ideia de esquecimento como um fantasma.
“Eu percebi que o esquecimento me assombrava. Dois de meus avós desenvolveram questões neurológicas que afetaram suas memórias. Eu entendi que muito do que me motiva a escrever é essa perspectiva de esquecer”, explica a escritora.
Criança estrangeira
Ao olhar para o próprio passado, Kawasaki também escreve no livro sobre a experiência como criança estrangeira, uma vez que viveu no Japão por 14 anos antes de retornar ao Brasil, aos 22 anos de idade.
Para a produção da obra, a autora também estudou sobre os mecanismos da memória, como elas surgem e são armazenadas no corpo, sobre as demências que causam o esquecimento e sobre receitas para preservar as lembranças.
Assim, Memórias de água evoca tanto as estruturas físicas da memória, quanto os aspectos pessoais das lembranças da autora, que têm como personagem a água, seja na piscina, na neve, no bairro, no rio ou nos oceanos que separam o Brasil e o Japão.
Capa
Outro aspecto marcante da obra de Rafaela é a arte de capa, realizada por Lucí A Guerra. Lucí foi convidada a participar do projeto pela relação entre fotografia e memória em seu trabalho, interferindo no registro de memória das fotografias por meio de bordados. A artista sugeriu utilizar fotos da infância da autora para serem bordadas. O resultado final ilustra tanto a capa quanto as páginas da obra.
“A ideia é que haja pequenas seções dentro do bordado, criando essa relação de olhar para um artefato de memória e ver ele como uma metáfora para o fato de que a memória é sempre entrecortada”, explica Lucí.
No dia do lançamento, serão distribuídos 50 postais costurados à mão pela artista, ao estilo da arte de capa, para os primeiros convidados que chegarem ao local.
Serviço
Lançamento Memórias de água, de Rafaela Tavares Kawasaki
+ Roda de conversa com Rafaela Tavares Kawasaki, Bárbara Tanaka e Lucí A Guerra | Mediação de Emanuela Siqueira
Quando: sexta-feira, 14 de fevereiro
Horário: 17h30
Onde: Museu Paranaense (R. Kellers, 289 - São Francisco, Curitiba | PR)
Tradução em Libras | TAÉ - Libras & Cultura
Entrada gratuita