A chave para o ser humano conseguir atingir até 20 mil anos de vida estaria na reprogramação de nossos "softwares" genéticos, acredita o cientista João Pedro de Magalhães, professor de biogerontologia molecular na Universidade de Birmingham, na Inglaterra, e também especialista em envelhecimento.
Ele associa o funcionamento do nosso organismo com os algoritmos computacionais. Seriam portanto programas genéticos orgânicos. A hipótese que ele trabalha é que nosso DNA, que contém informações genéticas (dados), é o responsável pela evolução do corpo desde o nascimento até a vida adulta, porém quando ficamos adultos, esse algoritmo continua “trabalhando” até que o organismo envelheça a ponto de seus órgãos não funcionarem mais. E é justamente neste momento que uma intervenção na programação genética poderia frear o envelhecimento. E caso isso seja possível, talvez o homem do futuro possa escolher a idade que deseja parar de envelhecer.
Isso até pode parecer uma viagem, mas os avanços biotecnológicos indicam que isso pode mesmo ser possível. Não sabemos, mas se olharmos as coisas que estão sendo feitas nessa área, podemos concluir que alguma coisa vai mudar.
Na medicina por exemplo, técnicas de regeneração de tecidos e órgãos danificados ou envelhecidos já permitem o restabelecimento de funções vitais dos rins, coração e pulmões, prolongando o tempo de vida da pessoa.
Terapias genéticas também já são realidade. Através da edição genética para corrigir erros congênitos, prevenir doenças hereditárias e modificar o envelhecimento celular, são procedimentos que estão em curso em várias partes do mundo.
Medicamentos, terapias anti-envelhecimento e próteses biônicas também são alvo dessa corrida pela vida eterna. Centenas de pesquisas e inovações estão em andamento para identificar soluções que possam retardar o processo de envelhecimento e deficiência orgânica, podendo prolongar a vida de forma saudável.
As Inteligências Artificiais e Big Data embarcam na área, permitindo o mapeamento e análise de grandes volumes de dados de saúde de uma pessoa, como também a aplicação de algoritmos de aprendizado de máquina que ajudam a identificar padrões e desenvolver tratamentos personalizados para doenças específicas, melhorando assim a eficácia dos cuidados de saúde e claro, aumentando a qualidade e expectativa de vida, antes mesmo que uma doença acometa a pessoa.
Enfim, há fortes indícios para que, no mínimo, olhemos com mais atenção esse cenário. E claro, como acontece em todas as coisas que evoluem, toda novidade que surge, sempre questões éticas, morais, sociais, econômicas, etc., também vêm juntas.
A questão é simples. Alguma coisa vai mudar. E não vai demorar.