Os vereadores Marcos Antônio dos Santos (UB), o Marcos da Ripada, e Wesley Ricardo Coalhato (UB), o Cabo Wesley, publicaram um vídeo nas redes sociais nesta segunda-feira (17), feito durante visita ao ribeirão Baixotes e à ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) de Birigui (SP).
Eles afirmam que fizeram as visitas após denúncias de que faria cerca de um mês que o esgoto coletado no município estaria sendo despejado diretamente no ribeirão, sem o devido tratamento, pois a ETE não estaria operando.
No vídeo, eles aparecem em uma ponte sobre o Baixotes, que é o manancial que abastece boa parte da cidade. Porém, no ponto posterior à captação, cerca de 1,5 quilômetro distante da ETE, onde deveria ser despejado a água proveniente do esgoto tratado.
Escura
O que se vê nas imagens é uma água escuro e um forte odor, de acordo com os parlamentares. "Mau cheiro, cheiro muito forte de esgoto, muitas moscas, Marcos, um absurdo isso acontecendo no nosso município no ano em que nós estamos vivendo", diz o Cabo Wesley, enquanto são exibidas as imagens do córrego.
Na sequência, Marcos da Ripada cita que nessa água, que estaria supostamente contaminada, é impossível ter vida nesse trecho do Baixotes. "Tecnicamente eu posso garantir, qualquer bioólogo, sou técnico em tratamento de esgoto, físico, químico e biológico, mas nas nossas matérias analisamos também a matéria de biologia. Aqui é impossível qualquer vida aquática, toda vida aquática aqui foi comprometida", disse.
Ele fala ainda do poder de poluição do esgoto, que inclui restos de limpeza de cadáver e água proveniente de laboratórios de radiologia, com fragmentos de radiação. "Todo tipo de contaminação, óleo, bactérias do esgoto, doenças, está escorrendo para o ribeirão Baixotes e indo direto para o rio Tietê, que abastece as torneiras de Araçatuba, é um problema regional, um crime vergonhoso", afirma.
Risco
Por fim, ele acrescenta que os produtores rurais não têm condições de fazer uso dessa água em suas propriedades e espera uma providência do Ministério Público e da Cetesb (Companhia Ambiental de São Paulo), que seriam informados da situação.
Segundo o Cabo Wesley, a Guarda Municipal foi comunicada e esteve na sede da ETE para visitar o espaço e fazer o registro da denúncia. E de acordo com Marcos da Ripada, Birigui coleta em média 950 mil litros de esgoto por segundo, podendo chegar a 1,3 mil litros por segundo em horários de pico.
Visita
Segundo o que foi informado à reportagem, nesta terça-feira (18) os integrantes da Comissão de Meio Ambiente da Câmara pretende percorrer o leito do ribeirão Baixotes, da primeira ponte, no bairro Caximba e Baixotes da Figueira, até a foz, no rio Tietê, para acompanhar até onde chega o esgoto.
Durante o percurso, devem ser coletadas amostras da água para análise de qualidade e verificar a possível existência de animais mortos. Também faz parte da comissão, o vereador Wagner Mastelaro (PT) e Dafé (PL), que não participará por ter outro compromisso agendado.
Providências
A reportagem procurou a assessoria de imprensa da Cetesb, que informou que a ETE de Birigui é regularmente inspecionada pela agência. “Em caso de irregularidades, são adotadas as penalidades cabíveis”, informa a nota.
Porém, segundo o que foi informado, até então o órgão não havia recebido denúncia ou reclamação com relação às irregularidades denunciadas pelos vereadores, mas atenderá o episódio.
A reportagem também encaminhou e-mail à Prefeitura pedindo informações sobre a situação da ETE, se ela está mesmo com as atividades suspensas, desde quando e por que. Porém, até a publicação dessa matéria não havia resposta.