Cotidiano

Tomógrafo ‘encostado' voltará a ser utilizado no pronto-socorro de Birigui

Foi substituído em maio do ano passado por um alugado por R$ 35 mil mensais, sob a justificativa de que não atenderia a demanda
Lázaro Jr.
17/12/2023 às 16h59
Tomógrafo que havia sido encostado foi reinstalado no pronto-socorro de Birigui (Foto: Divulgação/Arquivo) Tomógrafo que havia sido encostado foi reinstalado no pronto-socorro de Birigui (Foto: Divulgação/Arquivo)

Tomógrafo que havia sido encostado foi reinstalad no pronto-socorro de Birigui (Foto: Divulgação/Arquivo)
Após passar mais de um ano e meio encostado, sob a justificativa de que estaria incapacitado para atender a demanda, o tomógrafo próprio do pronto-socorro de Birigui (SP) foi reinstalado na última semana e voltará a ser utilizado no atendimento aos pacientes.

 

A iniciativa é da Organização Mãos Amigas, OSS (Organização Social de Saúde) que assumiu a gestão do PS de Birigui no último dia 7. Desde maio do ano passado, o serviço estava sendo prestado por um tomógrafo que havia sido alugado pela BHCL (Beneficência Hospitalar de Cesário Lange), ao custo mensal de R$ 35 mil. 

 

Com o término do contrato de gestão com a BHCL, o tomógrafo que era alugado foi retirado do pronto-socorro. A reportagem tomou conhecimento do caso porque o assunto foi discutido entre os vereadores na sessão da última terça-feira (12).

 

Confirmou

 

Procurada pela reportagem, a Mãos Amigas informou por meio de nota que após assumir a gestão do pronto-socorro, a entidade, em conjunto com o município, promovem as manutenções necessárias para o pleno funcionamento do tomógrafo, para que esteja apto a atender do forma segura e adequada as necessidades da população.

 

“Nesse sentido, com andamento da manutenção que está sendo realizada por empresa especializada, acreditamos que ainda esta semana o tomógrafo estará apto a ser instalado e pleno funcionamento no pronto-socorro municipal”, informou a Mãos Amigas em nota emitida na quinta-feira (14). 

 

Com relação aos atendimentos durante a fase de instalação e manutenção no tomógrafo, a entidade informou que os pacientes estariam sendo encaminhados para clínicas especializadas na região, não existindo, portanto, prejuízos à população. 

 

Laudo

 

A desativação do tomógrafo do PS de Birigui foi alvo de inquérito instaurado pelo Ministério Público, que passou a atuar no caso logo após representação feita pelo ex-vereador José Fermino Grosso, em maio do ano passado, quando ele foi desmontado e levado para o prédio do antigo Centro Médico.

 

O equipamento foi adquirido em 2014 com verba de emenda parlamentar do deputado federal Vanderlei Macris (PSDB-SP), ao custo de R$ 500.000,00 na época. Ele passou a ser usado em junho de 2016, quando foi inaugurado o prédio do pronto-socorro.

 

Apesar de estar instalado em Birigui, ele deveria atender pacientes da área do consórcio intermunicipal de Saúde, que inclui os municípios de Coroados, Clementina, Bilac, Buritama, Santópolis, Brejo Alegre, Gabriel Monteiro e Piacatu.

 

Gestora

 

Ao ser questionada pelo MP, a Prefeitura de Birigui alegou que o tomógrafo teria sido removido de forma unilateral pela BHCL. Para justificar a desativação do aparelho, a entidade apresentou laudo emitido em 10 de abril de 2022, pela empresa Gman Gestão em Saúde, de Santo André, que terceirizou a Mundo Service, empresa especializada em manutenções de tomógrafos, para vistoriar o equipamento.

 

O documento aponta erros no armazenamento das informações em disco e o aquecimento do tubo de raio-X, que havia sido resolvido com a substituição do par de HDs. Com relação ao tubo, a empresa informou que seria necessário investir cerca de R$ 200 mil para a troca da peça, inviabilizando a manutenção, que seria responsabilidade da Prefeitura.

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