Em entrevista coletiva concedida na noite desta sexta-feira (9), na sede da empresa em Ribeirão Preto (SP), a direção da VoePass Linhas Aéreas afirmou que as condições climáticas relacionadas à formação de gelo eram totalmente aceitáveis para o voo 2283 – com o avião PS - VPB, que caiu na região de Vinhedo (SP) no início da tarde, matando os 61 ocupantes, incluindo os quatro tripulantes.
Segundo o diretor de Operações da empresa, Marcel Moura, o ATR-72, que é a aeronave envolvida no acidente, normalmente voa em faixa de sensibilidade maior ao gelo. Porém, apesar da passagem da frente na rota do voo entre Cascavel (PR) e Guarulhos hoje, ele afirmou as condições estavam dentro das características aceitáveis. “Tecnicamente totalmente suportável e despachável”, afirmou.
O acúmulo de camadas de gelo sobre as asas, condição chamada de estol, é apontado como uma das possíveis causas da queda da aeronave. Entretanto, segundo Moura, não são descartadas outras possibilidades.
Dor
Ao ser questionado se a imagem do avião caindo girando no ar, que foi gravada por pessoas que perceberam o acidente, pode sugerir a possível causa, ele disse que: “A imagem não sai da minha cabeça e é uma imagem de dor”, acrescentando que somente a perícia é que poderá apontar o que aconteceu.
Ainda de acordo com o que foi informado, o avião passou pela manutenção de rotina na base da VoePass em Ribeirão Preto antes de seguir pela manhã para Cascavel e estava tecnicamente com todas as condições para o voo.
Passageiros
Sobre a origem dos passageiros, a informação passada é de que a maioria teria realmente base em Cascavel e em São Paulo. Todos eles apresentaram RG, por isso acredita-se que sejam todos brasileiros, mas não é possível por enquanto, afirmar se algum deles possuía dupla nacionalidade.
Com relação à tripulação, apenas uma das comissárias de bordo era de Ribeirão Preto. De acordo com o que foi informado, Rubia Silva de Lima tinha 41 anos, estava havia desde 2010 e foi promovida de outro setor, pois tinha o sonho de ser comissária. A outra comissária é Débora Soper Ávila, 28 anos, e que trabalhava na VoePass desde o ano passado.
O avião era pilotado por Danilo Santos Romano, 35, e tinha como copiloto, Humberto de Campos Alencar e Silva, 61. Os dois tinham mais de 5 mil horas de voo e eram bastante experientes, de acordo com o que foi relatado na entrevista.
Fatalidade
O CEO da VoePass, Eduardo Busch, também participou da coletiva e foi questionado sobre as condições financeiras da empresa. Ele informou que a companhia possui 15 aeronaves do tipo e vive um bom momento financeiro, sem nenhuma restrição com relação à manutenção dos aviões. “Foi uma grande fatalidade o que aconteceu”, declarou.
Por fim, ele reforçou que neste momento a prioridade é dar assistência aos familiares das vítimas diante do ocorrido. A empresa já acionou o seguro e também está oferecendo assistência com psicólogos para fazer o acompanhamento desses familiares.