Laudo de exame realizado pelo Instituto Adolfo Lutz em material coletado de jovem de 25 anos de Araçatuba (SP), confirmou que ela morreu por botulismo. A reportagem confirmou a informação com familiares da paciente, que nesta semana recebeu a visita de agentes da Vigilância Sanitária e Epidemiológica da cidade.
A reportagem pediu para a assessoria de imprensa da Prefeitura informar o diagnóstico e o município confirmou que já recebeu o resultado o laudo do exame feito pelo instituto, mas explicou que não informará o resultado.
"A Vigilância Epidemiológica e Sanitária confirma que recebeu o resultado do exame realizado pelo Instituto Adolfo Lutz e o encaminhou para a família, encerrando sua participação no processo. A divulgação é uma decisão exclusiva dos familiares da vítima", informa em nota.
Ainda segundo familiares, a informação passada foi de que não é possível saber como a paciente contraiu a doença.
Conforme já foi divulgado, a reportagem teve conhecimento do caso no dia 11 deste mês, quando foi constatado o óbito da jovem e na ocasião a Vigilância Sanitária informou que o caso estava em investigação.
Passou mal
Na ocasião, a reportagem falou com um familiar da jovem, que contou que ela esteve com outros familiares em um restaurante na noite de quarta-feira (5) e na tarde seguinte, começou a queixar-se de mal estar.
Inicialmente a mulher sentiu a vista turva, procurou atendimento médico no mesmo dia e foi liberada. Na sexta-feira ela voltou a procurar atendimento, foi medicada e liberada, e no sábado, já apresentando falta de ar, foi levada ao pronto-socorro municipal.
Devido à gravidade do quadro clínico, a paciente foi encaminhada imediatamente para a Santa Casa e permaneceu internada até por volta das 9h da terça-feira (11), quando foi constatado o óbito.
Alerta
A pedido da família, a reportagem não fez nenhuma divulgação sobre o caso, pois foi solicitado que aguardasse o resultado desse laudo do exame a ser realizado pelo Instituto Adolfo Lutz.
Porém, na sessão da Câmara do dia 17, o vereador Dr. Luciano Perdigão (PSD), que é médico, revelou que ele havia atendido essa paciente e que havia a suspeita de que o óbito poderia ser causado por botulismo.
Ele voltou a se pronunciar sobre o caso na última segunda-feira, afirmando que ao apresentar um requerimento com pedido de informações à Prefeitura, teve como objetivo chamar a atenção da Vigilância Sanitária do município, para que todos os empreendimentos de restaurante e lanches sejam realmente fiscalizados. “Não foi apontado nenhum tipo de restaurante”, afirmou.
Na ocasião, o parlamentar e médico revelou ainda que havia a possibilidade de o óbito ter sido em consequência da síndrome de Guillain Barré, um distúrbio autoimune que afeta parte do sistema nervoso.
Fiscalização
Sobre esse caso, a Vigilância Sanitária informou à reportagem por meio de nota da assessoria de imprensa da Prefeitura que houve inspeção sanitária no restaurante citado pelos familiares da paciente, conforme determina o artigo 69 da Lei 10.083 de 23/09/1998, do Código Sanitário Estadual.
Segundo o que foi informado, o relatório de inspeção atesta a situação sanitária no ato da vistoria. “Foram analisados documentos referentes às Boas Práticas de Armazenamento e Manipulação, as condições sanitárias do local, além da existência de Licença Sanitária, que encontrava-se vigente no ato da inspeção”, informou em nota.
Ainda de acordo com o que foi informado, a Vigilância Sanitária não coletou amostra de alimentos no local, pois o alimento ingerido pela jovem havia sido manipulado no dia 5 de março e a notificação sobre a suspeita de botulismo foi oficializada à Vigilância Epidemiológica e Sanitária apenas no dia 10.
Pela legislação vigente, a guarda de alimentos é obrigatória pelo prazo de 72 horas. "Os alimentos produzidos no dia 05/03 foram desprezados no dia 09/03", informa.
A fiscalização esteve no estabelecimento no dia 10, mas ele estava fechado por ser folga dos trabalhadores. Por isso os fiscais retornaram no dia seguinte, uma terça-feira, e fizeram a inspeção.