Cotidiano

Araçatuba lança campanha inédita contra leishmaniose para cães

Cerca de 35 mil coleiras devem ser distribuídas gratuitamente no período de 4 anos; ação começa pela área da UBS do bairro Etheocle Turrini
Da Redação
27/05/2024 às 17h02
Cão Caramelo é o mascote da campanha (Foto: Divulgação) Cão Caramelo é o mascote da campanha (Foto: Divulgação)

O encoleiramento do cão Caramelo, na manhã desta segunda-feira (27), marcou o início da campanha "Fora Leish", que deve distribuir R$ 35 mil coleiras para cães contra a leishmaniose no período de 4 anos em Araçatuba (SP). A ação inédita é uma parceria do município com o Ministério da Saúde, visando o combate à proliferação da doença, que também afeta os humanos.

 

O lançamento da campanha, no Salão Azul do Paço Municipal, teve a participação presencial da pesquisadora científica do Instituto Adolfo Lutz, Juliana Castilho, e por videoconferência da pesquisadora científica e gerente técnica do Grupo de Epidemiologia, Vera Lucia Fonseca de Camargo Neves, representando o governo do Estado.

 

Segundo a secretária municipal de Saúde, Carmem Guariente, a distribuição das coleiras será feita com base em levantamento por área de incidência da doença nos últimos três anos. Com base nesse levantamento, as ações terão início pela área de abrangência da UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro Eteocle Turrini, na zona norte da cidade.

 

Visitas

 

Os agentes da zoonose visitarão as residências e todos os cães maiores de 3 meses de vida receberão a coleira. Ao mesmo tempo, será feita a coleta de sangue nos animais maiores de 6 meses e o material será encaminhado para análise.

 

Ele passará por teste rápido no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e, se der positivo para leishmaniose, amostra será encaminhada ao Instituto Adolfo Lutz para exame contraprova.
As coleiras serão substituídas a cada 6 meses, quando nova amostra de sangue será analisada para acompanhamento do quadro clínico do cão.

 

Trabalho

 

Em nota distribuída à imprensa, a secretária de Saúde afirma que as ações de combate à leishmaniose em Araçatuba acontecem desde o início da atual gestão. De acordo com Carmem, na época era grande o número de casos positivos em cães e em caso positivo, era preciso sacrificar o animal doente.

 

Por isso, foi implantado todas as ações de vigilância e controle da leishmaniose. "Após isso, fizemos um plano construído junto ao governo federal e governo do Estado, com aprovação do Comus (Conselho Municipal de Saúde) e o encoleiramento dos cães complementa o trabalho que já vem sendo realizado na cidade”, argumenta.

 

Distribuição

 

Em agosto de 2021 o Ministério da Saúde anunciou a distribuição de mais de 1 milhão de coleiras impregnadas com inseticida “deltametrina 4%” para controlar a disseminação da leishmaniose visceral. Na ocasião foi informado que elas seriam distribuídas inicialmente a 133 municípios prioritários, de 16 Estados, classificados com transmissão alta, intensa e muito intensa, com objetivo de proteger a saúde dos animais e dos seres humanos.

 

Ainda de acordo com o que foi divulgado, as coleiras são utilizadas em cães no Brasil desde 2007 como ferramenta individual de controle da leishmaniose visceral. Em contato com a pele, ela promove uma lenta liberação do princípio ativo (deltametrina 4%) repelindo a aproximação do vetor de transmissão da doença. A ação interrompe o ciclo de transmissão do parasita, e consequentemente o risco de infectar outro animal ou ser humano.

 

Por se tratar de um insumo com liberação ativa de inseticida é recomendada a troca da coleira a cada 6 meses e seu uso é exclusivo para cães. Não é recomendado que a coleira impregnada com inseticida seja utilizada em cães já diagnosticados com a doença.

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