Cotidiano

50 pacientes com esclerose múltipla fazem acompanhamento regular na Santa Casa de Araçatuba

Tratamento adequado permite que os pacientes mantenham uma vida de qualidade
Da Redação
30/08/2024 às 11h28
A neurologista Dra. Danyelle Amélia Grecco, que tem sete anos de experiência na Santa Casa de Araçatuba (Foto: Divulgaçã A neurologista Dra. Danyelle Amélia Grecco, que tem sete anos de experiência na Santa Casa de Araçatuba (Foto: Divulgaçã

30 de agosto marca o Dia Nacional da Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, uma doença autoimune que afeta o sistema nervoso central e pode levar a complicações graves, se não for diagnosticada e tratada adequadamente. A data tem como objetivo aumentar o conhecimento sobre a condição e destacar a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento médico contínuo para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

 

A neurologista Dra. Danyelle Amélia Grecco, que tem sete anos de experiência na Santa Casa de Araçatuba (SP), explica que a esclerose múltipla é caracterizada pelo ataque do sistema imunológico às células que envolvem os neurônios, destruindo a bainha de mielina, uma camada protetora essencial para a condução rápida dos impulsos nervosos.

 

“Quando essa bainha é danificada, o sistema nervoso começa a falhar, levando à desmielinização. Se não tratada, isso pode resultar em danos irreversíveis e até morte dos neurônios”, alerta.

 

Atendimento

 

Segundo a assessoria de imprensa da Santa Casa, a equipe de neurologia do hospital está preparada para diagnosticar e tratar a esclerose múltipla, oferecendo desde exames avançados até acompanhamento contínuo no ambulatório.

 

Atualmente cerca de 50 pacientes fazem acompanhamento regular, demonstrando que, com o tratamento adequado, é possível controlar a doença e proporcionar uma boa qualidade de vida. “Temos pacientes que são nossos colegas de trabalho, que continuam a desempenhar suas funções normalmente, mostrando que a esclerose múltipla, embora desafiadora, não impede que se leve uma vida plena”, explica a médica.

 

A Santa Casa tem um ambulatório especializado e uma rede de serviços de neurologia que inclui a realização de exames diagnósticos avançados. Além disso, o hospital é gestor da farmácia de alto custo, onde os pacientes podem receber a medicação necessária para o controle da doença. Pacientes que precisam de internação dispõem de serviços especializados de neurologia para o atendimento adequado.

 

Sintomas e diagnóstico precoce

 

Danyelle informa que os sintomas da esclerose múltipla variam conforme a área do sistema nervoso central afetada. “Podem incluir perda de equilíbrio, dormência, formigamento, fraqueza em membros, dificuldade de fala e problemas de visão”, conta.

 

De acordo com ela, ao contrário do AVC (Acidente Vascular Cerebral), que se manifesta de forma abrupta, os sintomas da esclerose múltipla geralmente surgem de maneira insidiosa e progressiva. Assim, os sinais podem começar de forma sutil, como um formigamento leve em um membro, e intensificar-se gradualmente, tornando-se mais frequentes e graves com o tempo.

 

Diagnóstico precoce

 

A especialista também destaca a importância do diagnóstico precoce para prevenir lesões permanentes e controlar a progressão da doença. O diagnóstico é feito principalmente por meio de ressonância magnética e exame de líquor, além de exames complementares. “Utilizamos os critérios de McDonald para confirmar a presença de lesões em diferentes momentos e locais do sistema nervoso central”, explica.

 

Segundo Danyelle, a identificação precoce permite a introdução de tratamentos que podem reduzir a frequência e a gravidade dos surtos, mantendo a doença sob controle. O tratamento múltipla envolve duas abordagens: manejo dos surtos agudos e prevenção de novos surtos.

 

“Nos episódios agudos, usamos a pulsoterapia com corticoides para controlar rapidamente o sistema imunológico. Para a manutenção, empregamos imunomoduladores, medicamentos que ajudam a prevenir novos surtos, mantendo a doença em um estado de remissão”, esclarece.

 

A médica reforça que embora não haja cura para a esclerose múltipla, o tratamento adequado permite que os pacientes mantenham uma vida de qualidade. “Muitos conseguem realizar suas atividades profissionais e pessoais normalmente, inclusive mulheres que desejam engravidar, desde que façam o uso correto da medicação”, acrescenta.

 

Alvo

 

A esclerose múltipla afeta mais frequentemente mulheres jovens, mas homens podem ser diagnosticados, e geralmente com casos mais agressivos. “A incidência é maior em populações de países europeus e em regiões de clima frio” , observa a médica.

 

Segundo a especialista, no Brasil, apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, muitos pacientes ainda enfrentam desafios, pois na rede pública os diagnósticos muitas vezes são tardios, o que leva a complicações irreversíveis. “A conscientização e o acesso facilitado a serviços de saúde são essenciais para mudar essa realidade”, finaliza.

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