O biólogo e economista Richard Rasmussen participou nesta quinta-feira (31) do Siran Summit 2025, em Araçatuba, e afirmou que o agronegócio brasileiro é o mais sustentável do mundo. Em sua fala, Rasmussen destacou a importância do setor para o país e criticou o que chamou de “guerra comercial disfarçada de discurso ambiental”.
Com uma trajetória recente no universo do agronegócio, iniciada há cerca de cinco anos, Rasmussen contou que começou sua aproximação pelo segmento de proteína animal e, posteriormente, passou a estudar a agricultura. “Essa jornada me trouxe conclusões importantes sobre o que é, de fato, sustentabilidade. O produtor rural brasileiro protege de 20% a 80% de sua área com vegetação nativa, e faz isso por conta própria, sem remuneração da sociedade” , disse.
Críticas ao próprio segmento e defesa do produtor rural
Durante entrevista exclusiva ao Hojemais Araçatuba, o biólogo relatou que seu maior desafio foi enfrentar críticas da própria classe acadêmica ao assumir publicamente uma posição de apoio ao agronegócio. “Fui apontado pelo meu próprio segmento, por levantar uma bandeira em defesa de quem produz. Isso é triste, porque um biólogo inteligente entende que o produtor rural tem capacidade econômica e produtiva para financiar a conservação” , afirmou.
Rasmussen defendeu que a conservação ambiental precisa estar alinhada à realidade produtiva. “A onça-pintada não vive só dentro da floresta, ela passa pelo milharal, pela cana, pela soja. Isso prova que conservação e produção podem andar juntas. E metade das áreas preservadas no Brasil estão nas mãos dos produtores” , destacou.
Exemplo para o mundo
Rasmussen ressaltou ainda que o Código Florestal Brasileiro é um dos mais rígidos e eficientes do mundo. “Se você pedir para um americano preservar 10% da lavoura para a sociedade original, ele vai perguntar quanto vai receber por isso. Aqui, o produtor já faz isso, sem cobrar nada” , disse. Para ele, é fundamental reconhecer o papel do agro como aliado da conservação. “Quero ser amigo de quem protege até 80% da sua área” , completou.
Participação no Siran Summit e futuro da comunicação ambiental
Convidado pela empresa Cachecarbon, que atua com crédito de carbono e nutrição animal com foco na redução de metano, Rasmussen afirmou estar feliz em participar do evento e destacou a importância de levar uma visão externa, de fora da bolha do agronegócio, para o público presente.
“A educação ambiental precisa ser baseada em ciência, e não em narrativas emocionais. O desafio agora é trabalhar o conhecimento. Hoje, 85% da população brasileira é urbana e depende do agro para se alimentar. Nosso PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 2% e quem puxou isso foi o agronegócio. Essa é a coluna vertebral do Brasil” , finalizou.